tag:blogger.com,1999:blog-42212888082183232562024-02-07T02:09:39.245-03:00alberto da cruzAlberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.comBlogger56125tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-51634705394467858382015-02-28T10:11:00.000-03:002015-02-28T10:11:00.571-03:00Romaria Ciclística - Dia III - Silveiras X Passa Três<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWdb95RxSAWIRwT5_httComlla1dAc_17mZVVe4emd5DwpB74ls9wsA-7twLvBx8o-GyWr53X6FuI7FP0mEl-QwwHDIQeqkyG6dRk3aKwWX8mHgABA53_os4Bov3_WOmKLIOkVQvRSB0_g/s1600/10423747_10205544913885839_7238105258382585542_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWdb95RxSAWIRwT5_httComlla1dAc_17mZVVe4emd5DwpB74ls9wsA-7twLvBx8o-GyWr53X6FuI7FP0mEl-QwwHDIQeqkyG6dRk3aKwWX8mHgABA53_os4Bov3_WOmKLIOkVQvRSB0_g/s1600/10423747_10205544913885839_7238105258382585542_n.jpg" height="180" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Saída de Silveiras, 21 de dezembro</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Domingo chegara. Dia de arrumar as coisas e voltar para casa. Mais <st1:metricconverter productid="140 km" w:st="on">140 km</st1:metricconverter> e a Romaria chegaria
ao fim na mesma Passa Três que nos viu sair antes do sol nascer. Mais um dia de
pedaladas com os amigos e mais um capítulo em nossa história.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Neste último dia as meninas não iriam pedalar, mas nos seguiriam com os
demais carros de apoio; portanto, logo cedo, as deixamos dormindo na pousada. Marcão,
Vinny e eu fomos encontrar os outros romeiros na padaria do centro de
Silveiras. Desta vez sairíamos alimentados e, apesar do cansaço, dispostos para
mais um dia sobre o selim, girando os pedais para crescermos intimamente.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXxdXuiNAejw0Pmg7_HHxuWUg3eRNjhQEUuyeNNkuwYT9H0FuizRlU68kYRo_2AW8cMcdkfBK15kt5hVkNqKsnYgrJsq26wgtmZQni_PlGS5vw5V2lqAnZBD_9piCw9Qt2iuiXaGavf4XM/s1600/10341404_10205544914485854_6182500891422955267_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXxdXuiNAejw0Pmg7_HHxuWUg3eRNjhQEUuyeNNkuwYT9H0FuizRlU68kYRo_2AW8cMcdkfBK15kt5hVkNqKsnYgrJsq26wgtmZQni_PlGS5vw5V2lqAnZBD_9piCw9Qt2iuiXaGavf4XM/s1600/10341404_10205544914485854_6182500891422955267_n.jpg" height="180" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Desde que
começamos a volta, meu pensamento pairava no Morro Frio. Embora não fosse nele
que eu pensara em desistir no primeiro dia, foi a sua elevação somada ao forte
calor que me retirara todas as forças para os últimos quilômetros, portanto eu
o temia. Não por isso iria fraquejar quando chegasse a hora em que nos
encontraríamos de novo. Desta vez eu não estaria tão cansado a ponto de pensar
em jogar a toalha, ele estaria sob as rodas da minha bicicleta, não em 100km
rodados, mas em apenas 40km. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Tranquilos,
pedalamos sem pressa pela rodovia vazia naquele domingo de manhã. Conversávamos
sobre trivialidades, contávamos “causos”
de bicicleta e, com o giro constante da pedivela, subíamos e descíamos os
morros até a primeira parada.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Quando Denise
caiu sobre Vinny no dia anterior, voltando de Aparecida, empenou alguns raios e
desregulou o câmbio traseiro da Scale. Vinny reclamava da troca de marchas
sempre que precisava subi-las. Quando fizemos a parada, Vítor conseguiu
amenizar o problema. Com todas as marchas funcionando, o ritmo do Vinny
aumentou e o prazer sobre a bicicleta reapareceu. Voltamos para estrada. Areias
se aproximava.</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhftoTMxGvxSs9RCF-GmvofUsaPo3OpcngvOVTpQueMJfBQ0hkGpOg-PLTNXq4peVSIs24UCFAJqO1QVkGTtn7MyUMaNxjpHMsjYQfjkjViHmsn0XQvOXKM5mYicjZW-Si1C_jDtYaaCYXY/s1600/10885349_10205544920686009_4718130147709779095_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhftoTMxGvxSs9RCF-GmvofUsaPo3OpcngvOVTpQueMJfBQ0hkGpOg-PLTNXq4peVSIs24UCFAJqO1QVkGTtn7MyUMaNxjpHMsjYQfjkjViHmsn0XQvOXKM5mYicjZW-Si1C_jDtYaaCYXY/s1600/10885349_10205544920686009_4718130147709779095_n.jpg" height="150" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Morro Frio</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Começamos a
subida do Morro Frio. Já havíamos subido dois longos morros antes, mas o
impacto do vil inimigo era ainda forte. Iniciamos a subida com mais terror
psicológico do que realmente esforço. Num ritmo leve, de passeio, fomos
ganhando metros e mais metros, enquanto o suor escorria pelo rosto e as pernas
giravam numa cadência suportável. Na volta o Morro Frio não era assim tão
imponente. Um a um íamos vencendo-o. O algoz estava derrotado. Fizemos uma
pausa para reunir todos novamente e nos prepararmos para uma bela, e rápida,
descida pelos 3,5km que ainda me dão calafrios.</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjupC68ErkBO3SSSZvzmAW5pW5xr8Wa__JStCi5K8vHytF9-EiwaT6y-FCY0Fd3hVECcCTTt0fa02xJ10_DrH-qHYD0Me-HsMPfjcPJB9rVW8oi2wwNS8AZ5M6l6Hrh067iMM4r7zL_E5am/s1600/10310606_10205544921646033_4626347872445539606_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjupC68ErkBO3SSSZvzmAW5pW5xr8Wa__JStCi5K8vHytF9-EiwaT6y-FCY0Fd3hVECcCTTt0fa02xJ10_DrH-qHYD0Me-HsMPfjcPJB9rVW8oi2wwNS8AZ5M6l6Hrh067iMM4r7zL_E5am/s1600/10310606_10205544921646033_4626347872445539606_n.jpg" height="240" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alberto e Luciano, no Morro Frio</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Prosseguimos o
pedal até a próxima parada. O clima perfeito nos ajudava. Temperatura
agradável, sem sol, sem chuva. Logo as meninas nos encontraram e se juntaram
aos demais carros de apoio. A próxima parada seria para o almoço.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Almoçamos num
pequeno restaurante, mas de comida farta e muito saborosa. Em seguida,
descansamos um pouco antes de retornar a estrada. Apesar do pouco tempo de
repouso, o corpo agradeceu. Diferente do primeiro dia, estávamos dentro do
horário e não precisávamos sair às pressas para manter o cronograma. Trinta
santos minutos que fizeram a energia retornar aos músculos em frangalhos.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Encaramos mais
subidas cansativas, descidas divertidas, planos monótonos, retas velozes,
grupos se formando, grupos se dissipando e criando novos grupos, seguimos assim
até chegarmos à última parada, já próximos de Passa Três. Faltava pouco para
terminar a romaria, pouco para completar mais um Gran Fondo, pouco para
comemorar a vitória sobre as diversidades do caminho e também da vida.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizniryuGcLkkE4nsUpxAPb3FHiLCNc19_4ts4p8nvEumb_0XFpuAWcDycAm0s7liEYYB7xZkeoibiNFszqsVDjItV7e3nZTHSDZbxzjQ1owiL-KCYQfeMO9ry8yyYwKADOwYsQi2AbfFfd/s1600/10881608_10205544925286124_3947987956732326007_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizniryuGcLkkE4nsUpxAPb3FHiLCNc19_4ts4p8nvEumb_0XFpuAWcDycAm0s7liEYYB7xZkeoibiNFszqsVDjItV7e3nZTHSDZbxzjQ1owiL-KCYQfeMO9ry8yyYwKADOwYsQi2AbfFfd/s1600/10881608_10205544925286124_3947987956732326007_n.jpg" height="180" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Os longos
quilômetros iam chegando ao fim. Sentia uma sensação de alívio, ao mesmo tempo
de vazio. Os três dias de convívio estavam chegando ao fim, na última parte da
estrada, no final de uma bela jornada. Seguíamos enfileirados, ninguém escapado
à frente, ninguém sobrado atrás; estávamos todos juntos, no mesmo ritmo, na
mesma cadência. E foi assim, juntos, que entramos na pequena cidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Ao ver as
primeiras casas, as primeiras pessoas a saírem para nos parabenizar com acenos
e palmas, meus olhos marejaram, como marejam agora. Um sentimento de conquista
me invadiu, a vitória sobre as dificuldades, os momentos difíceis em que pensei
em desistir, a alegria de completar cada etapa, a valorização das pequenas
coisas. Havíamos chegado. As pessoas acenavam nos felicitando. E eu, na minha
pequenez diante de um tão grande momento, agradecia por poder viver a emoção de
compartilhar com os amigos os mesmos sentimentos. Subimos o morro que marcava a
nossa chegada, parando na igreja. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdHHl88WA4fQFqDt_fWGOsGB_RjMJJ4_Cr4l43ucFOH2IoMRKtm6nSxiApCap8uI7nD76TuQHDxNaFVAmVvmws91iCbHYIikEIln2Arnm45XAIFWw4x2gdqjnoJOdMntyMMfYBkbH_4nhf/s1600/10526101_10205544927046168_6303092723119883401_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdHHl88WA4fQFqDt_fWGOsGB_RjMJJ4_Cr4l43ucFOH2IoMRKtm6nSxiApCap8uI7nD76TuQHDxNaFVAmVvmws91iCbHYIikEIln2Arnm45XAIFWw4x2gdqjnoJOdMntyMMfYBkbH_4nhf/s1600/10526101_10205544927046168_6303092723119883401_n.jpg" height="180" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Ao desmontar da
bicicleta depois daqueles quatrocentos quilômetros, tinha uma certeza: no
próximo ano, estaria com os amigos de novo. Todo o sofrimento, todo o esforço
foram recompensados pela emoção gratificante de vencer os próprios limites,
tanto do corpo, quanto da mente. A romaria teve um significado muito grande
para mim, um saber-se vivo e capaz.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-54705998007482772582015-02-02T19:58:00.001-02:002015-02-02T19:58:55.021-02:00Romaria Ciclística - Segundo dia – Silveiras x Aparecida<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzHRzqc1mm5lrvpU7hgjTJZfdcm3Sm3Sky0Tx6iyjQH2QP0Atyl4atJxmuWyxhwcR5YIXBhjrQ3cAK1W8pG-ruAjkJqy7-aMGn7MIWWmwtjuaP_u0tkvnlbtCJmBqnLEerlCcCqE00KCG_/s1600/DSC01967.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzHRzqc1mm5lrvpU7hgjTJZfdcm3Sm3Sky0Tx6iyjQH2QP0Atyl4atJxmuWyxhwcR5YIXBhjrQ3cAK1W8pG-ruAjkJqy7-aMGn7MIWWmwtjuaP_u0tkvnlbtCJmBqnLEerlCcCqE00KCG_/s1600/DSC01967.JPG" height="180" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Grupo do Pedal</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"> </span><span style="line-height: 150%;">O segundo dia de romaria começou
às cinco da manhã, depois de uma ótima, e rápida, noite de sono. Sairíamos às
seis horas de Silveiras, percorrendo 60 km até Aparecida. Dessa vez teríamos a
companhia das meninas, já que o percurso do dia era mais suave e mais plano do
que o pesadelo do dia anterior.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Havia chovido muito na noite em
que chegamos, deixando-nos preocupados quanto ao pedal até Aparecida, mas, por
sorte, pela manhã apenas uma chuva fina caía, sem oferecer nenhum tipo de
transtorno. Claro que algumas manifestações femininas se principiaram, mas não
foram adiante.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzBZOyBkmMwBwRqq-UDqwD9UZezE8JkZdUi1Z_IuU3aqPFXEiewrNR1ln8wCPkNUwmCfTfyYC3is5t0qef6ESM7EqnipWxaz07JxUSNe4f8Ue9RytkKA9Q2eMRpKT4E6Itf_ya0_P56uC6/s1600/DSC01929.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzBZOyBkmMwBwRqq-UDqwD9UZezE8JkZdUi1Z_IuU3aqPFXEiewrNR1ln8wCPkNUwmCfTfyYC3is5t0qef6ESM7EqnipWxaz07JxUSNe4f8Ue9RytkKA9Q2eMRpKT4E6Itf_ya0_P56uC6/s1600/DSC01929.JPG" height="112" width="200" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Saímos de Silveiras às seis da
manhã, sob a chuva, sonolentos, mas com muito bom humor e animação. A
temperatura estável tornou a primeira parte do pedal muito mais agradável. O
tempo se pintava chuvoso e, não sendo um temporal, estava ótimo daquele jeito. <span style="line-height: 150%;">Seguimos cerca de 20 km até
Cachoeira Paulista, a cidade da Canção Nova, para tomarmos o desjejum de
verdade. Chegamos à Pousada Imperial, onde tomaríamos o nosso café, como
acontecia todos os anos na Romaria Ciclística. Porém, devido a forte chuva e
alguma falha na comunicação, o proprietário não mais esperava por nós, que,
famintos, aguardávamos para entrar.
Depois de uma rápida conversa entre o proprietário e Ricardo, o
organizador do evento, o problema foi resolvido. Guardamos as bicicletas e
fomos nos alimentar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Nesses momentos de
tranquilidade, aproveitamos para conversar e estreitar ainda mais os laços com
prazerosas conversas. Do nosso lado, o assunto ainda era sobre as bicicletas
que bateram na entrada do túnel, porém agora com mais descontração. Depois de
uma hora em Cachoeira Paulista, seguimos viagem; não antes de o Vítor Pereira furar
o pneu de sua bicicleta novamente. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
O percurso entre Cachoeira e
Aparecida foi o mais complicado da cicloviagem por entrarmos em vias urbanas
diversas vezes. Disputar o espaço com os carros sempre gera um pouco de
estresse e nós, cerca de trinta ciclistas, chamávamos bastante a atenção e,
obviamente, incomodávamos alguns motoristas. Apesar de tudo, não tivemos nenhum
problema durante a ida e pudemos chegar a Aparecida no horário estipulado. A
emoção foi muito grande, mesmo eu não sendo religioso. Avistar a basílica foi
um prêmio, uma vitória pessoal sobre todos os problemas e poder compartilhar
desse momento com pessoas tão queridas foi sensacional.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSWgpoydPtoJW_mis4dTuGjB1xSlUWimNxoBH5XWqO1TGdUKYs4OAR1POpLtcPW_a48Brne6njuDmVKkhxUvnEGX0XO2sonLJuLnTloDnahbLxgttP8DzxFFBEuebCx0z9hnoPsrAx1iR8/s1600/DSC01935.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSWgpoydPtoJW_mis4dTuGjB1xSlUWimNxoBH5XWqO1TGdUKYs4OAR1POpLtcPW_a48Brne6njuDmVKkhxUvnEGX0XO2sonLJuLnTloDnahbLxgttP8DzxFFBEuebCx0z9hnoPsrAx1iR8/s1600/DSC01935.JPG" height="180" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Ao chegar, nos dirigimos a um
hotel (não me lembro do nome) para tomarmos banho e almoçarmos. Banho quente
para as mulheres, chuveiro frio para os homens, numa casinha ao lado. Nada que
estragasse o bom humor e o sentimento vitorioso. Almoçamos e fomos finalmente
para a basílica.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Particularmente achei a cidade
de Aparecida feia, suja e bagunçada. Um contraste com a beleza do templo
católico. Encantei-me com a grandiosidade da edificação, com a beleza
arquitetônica, com as estátuas. O entorno merecia melhor dedicação, menos
comércio, mais caridade; menos dinheiro, mais amor.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPzi-z6qUbgDv0jc_vHM4MPyLKI3_AD59SFOevPfu16Y8KVc6bps9xVRjgHDuyVXwhjiTXyJD3DUwcf5aX012shxC52OzY-hkzyIZcCe28Nq5qwHklpK8Hkb3GhXuHVRvoPaqRGFqpMxdD/s1600/DSC01944.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPzi-z6qUbgDv0jc_vHM4MPyLKI3_AD59SFOevPfu16Y8KVc6bps9xVRjgHDuyVXwhjiTXyJD3DUwcf5aX012shxC52OzY-hkzyIZcCe28Nq5qwHklpK8Hkb3GhXuHVRvoPaqRGFqpMxdD/s1600/DSC01944.JPG" height="112" width="200" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
A volta para Silveiras foi
tranquila. Esperávamos a chuva forte, mas o que tivemos foi sol; não terrível e
desgastante como o do primeiro dia, para nossa sorte. Durante uma boa parte do
caminho permanecemos juntos, conversando, contando histórias, lembrando-se de
antigas romarias e sendo felizes a nossa maneira: sobre a bicicleta. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Em certa altura, depois de Cachoeira Paulista, o grupo se dispersou.
Alguns correram, disputando uma saudável corrida; outros acabaram ficando para
trás. Carol, Eliete, Denise, Vinny, eu e mais alguns “cicloromeiros” ficamos no
grupo intermediário até que Denise se cansou e diminuiu o ritmo em uma subida,
distanciando-se de nós, já que Carol puxava a fila morro acima, querendo chegar
logo a Silveiras.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLRyRd3NN0_2btntg8EXfkUHzByl5Ufh2KtBGB47PWz-Cd932LwartMu2T36e39xt25nwag7e2Of8nqvj4gfua21TKy6tkmWugFTxlfF0b8ZEYsXmn5fjkFyzbtRKOmEq1qsGv60WeSzro/s1600/DSC02010.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLRyRd3NN0_2btntg8EXfkUHzByl5Ufh2KtBGB47PWz-Cd932LwartMu2T36e39xt25nwag7e2Of8nqvj4gfua21TKy6tkmWugFTxlfF0b8ZEYsXmn5fjkFyzbtRKOmEq1qsGv60WeSzro/s1600/DSC02010.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Um pouco depois de nossa chegada, Vinny e Denise também chegaram. Ela
havia caído. Mais um tombo na conta de nossa amiga. Denise desequilibrou-se
exausta numa subida, caindo sobre o marido. Felizmente nada grave, mas
desregulou a marcha e empenou a roda dianteira da Scale do Vinny, o que o
deixou preocupado quanto ao dia seguinte, uma vez que da outra vez que havia
participado da romaria, quebrou o quadro de carbono de sua V-works. A
possibilidade de não completar a romaria nos deixou preocupados.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
À noite, voltamos ao restaurante para o jantar e realizarmos nossa
confraternização. A harmonia entre nós era imensa. O clima fraterno, as
brincadeiras, a amizade, tudo era admirável. Eu, que debutava no grupo, só
podia agradecer por estar ali presente ao lado de pessoas tão queridas e
acolhedoras. Terminamos o dia com um sorriso verdadeiro no rosto e, apesar do
cansaço, leves e serenos.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://www.strava.com/activities/231700336" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt=" Ver no Strava" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfrNb5rmHVXk1gfeyeALXjnGN0HdWLG19ajp9A9AHhKJ2UamLgLryAyDkoJ3jZFptPVX2GOSR3bJsOFV8ARjYNhYhWXCoCscNswyI-6kKA1KMueOXxcaT4wR_SkIg5brCXCsSsmCaHDHnO/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.jpg" height="174" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="line-height: 24px;"><a href="https://www.strava.com/activities/231700336">Ver no Strava</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://www.facebook.com/groups/701821179842452/?fref=ts">Angra Bikers</a></div>
Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-29765954553576283922015-01-25T21:25:00.000-02:002015-01-25T21:25:06.622-02:00Romaria Ciclística - Primeira Noite<div class="MsoNormal">
<b style="text-align: justify;"><i>Encontrando as meninas</i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Como
havíamos combinado ainda em Angra dos Reis, Carol, Denise e Eliete nos
encontrariam em Silveiras, pois iriam pedalar somente no percurso do segundo
dia de romaria. Antes de sairmos de Angra, deixamos uma série de recomendações
para que a viagem delas transcorresse bem; principalmente o transporte das
bicicletas... mas é claro que isso não aconteceu.</span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2MdNqiuXzdq2JVGtArIUQrGAmnzKD8Ix_k1nwJKUCE22ABGRUz85YdgrnyFjzq4Btxl_xhuWZCD8MKsxb6ThE8WE0MaI6IwNVDVy2U0rkiu9sl_9MD5LBQORbe28kniZHAK6soMKXGhRW/s1600/DSC01961.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2MdNqiuXzdq2JVGtArIUQrGAmnzKD8Ix_k1nwJKUCE22ABGRUz85YdgrnyFjzq4Btxl_xhuWZCD8MKsxb6ThE8WE0MaI6IwNVDVy2U0rkiu9sl_9MD5LBQORbe28kniZHAK6soMKXGhRW/s1600/DSC01961.JPG" height="180" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Carol, Denise e Eliete</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Esperávamos
encontrá-las já em Silveiras, com os quartos da pousada alugados e prontos para
nos receber cansados, exaustos e sujos; mas elas ainda não tinham chegado.
Pedalamos o dia inteiro e chegamos antes delas! Como? Um pouco de estresse, mas
Vinny e eu alugamos os quartos e esperamos por elas, que demoraram mais duas
horas para chegar. Quando saíamos para o jantar com o grupo, encontramos com
elas na entrada da Pousada dos Tropeiros. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Ficamos
parados por um instante. O cansaço, havia acabado de acordar, estava me
pregando uma peça... O carro da Denise estava lá, elas estavam lá; mas onde
estavam as bicicletas que deveriam estar presas no teto?! Vinny parecia ter os
mesmos pensamentos confusos que eu. Onde estavam as bicicletas que elas
trariam?! Mais alguns segundos aéreos, até que Carol deu aquele sorriso meio de
lado, sem graça, típico de quem fez alguma besteira... Antes que ela dissesse
mais alguma coisa, vi as rodas atrás do carro. Por quê?! O rack era de teto,
pedi para o Paulinho, que não pode ir, colocar as três bicicletas no rack
porque sabia que elas não conseguiriam e... Sim, meus amigos, elas tentaram
passar pelo túnel da Japuíba com as bicicletas no teto... Por sorte o prejuízo
não foi tão grande: guidão de carbono quebrado e uma roda transformada em 8, na
Dabomb da Denise; Eliete teve o selim arranhado na Caloi Elite; o quadro
arranhado na Soul da Carol; o Fit teve o teto amassado. Por sorte o “acidente”
foi perto da bicicletaria de um amigo que as ajudou a ajeitar tudo para
iniciarem a viagem.</span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYUaLAtpQit_uAw_0ZIMNRuKO8Ir5iAcuTO6NrsGFlNoN1aDoDZ9mNilu8rUh4AxNpf637DWAttRwc73oVa4C5JmjthEIYULYdczqbj9l7GupUmiMfPV11kB2EqNVvUgVgjJFtQhRPpC5A/s1600/DSC01988.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYUaLAtpQit_uAw_0ZIMNRuKO8Ir5iAcuTO6NrsGFlNoN1aDoDZ9mNilu8rUh4AxNpf637DWAttRwc73oVa4C5JmjthEIYULYdczqbj9l7GupUmiMfPV11kB2EqNVvUgVgjJFtQhRPpC5A/s1600/DSC01988.JPG" height="176" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Restaurante em Silveiras</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Choque
passado, enquanto íamos ao restaurante, um temporal desabou, deixando-nos um
tanto preocupados como a etapa do dia seguinte. Comemos e relaxamos. Logo
depois, Ricardo, o organizador da romaria, deu algumas palavras sobre o sentido
de estarmos ali. </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> De
volta à pousada, já refeitos do susto, só nos coube rir da desatenção das
meninas e agradecer por não ter sido pior. Era já hora de dormir, pois
acordaríamos cinco da manhã para mais um dia sobre o selim.</span></div>
Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-15039780693552672652015-01-14T18:48:00.000-02:002015-01-14T19:06:51.988-02:00Romaria Ciclística - Passa Três X Silveiras<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Dia
dezenove de dezembro, às quatro da manhã, Vinny e eu saímos de Angra dos Reis
para nos encontrarmos com os demais ciclistas romeiros que fariam a
cicloviagem. Chegamos ao nosso primeiro destino um pouco antes das seis da
manhã.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Estava
ansioso e um tanto preocupado, afinal seria a minha primeira Romaria, minha
primeira vez num percurso longo como aquele, minha primeira cicloviagem e o
primeiro pedal para valer com a bicicleta nova. Era o meu <i>debut</i>, portanto nem consegui
dormir direito, esperando o momento de pedalar com o grupo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Já
vestido com a camisa azul e branca do Grupo do Pedal de Passa Três, que me
acompanharia por três longos dias, e o Garmin ligado, iniciamos o pedal até a
saída da pequena cidade para uma oração de agradecimento e proteção antes de começarmos
a percorrer o caminho. Dez para às seis da manhã, cinquenta minutos atrasados,
os pneus rolaram no asfalto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim79BmRAx0OVff-Cs6TYkOODC57carvwtZRnOf-FeP0MRv9MXyNihfjHqGtwJhWqOejW2OgJc_0XTqP8wwmlQKiLZdQnOBmPp9pMS9ZutVvVz76EhBJdXnEN_NsTbX5pfR13jwPgab0lV5/s1600/DSC01995.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim79BmRAx0OVff-Cs6TYkOODC57carvwtZRnOf-FeP0MRv9MXyNihfjHqGtwJhWqOejW2OgJc_0XTqP8wwmlQKiLZdQnOBmPp9pMS9ZutVvVz76EhBJdXnEN_NsTbX5pfR13jwPgab0lV5/s1600/DSC01995.JPG" height="180" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
primeira parte da cicloviagem seguiu cerca de quarenta quilômetros até Bananal,
já no estado de São Paulo, onde fizemos uma parada para tomarmos café da manhã.
O sol começava a surgir, mas ainda tínhamos o clima agradável ao nosso lado. Eu
ainda me adaptava à nova bicicleta aro 29, que havia recebido no dia dezessete
de dezembro e eu mal tivera tempo de experimentá-la. Cheguei mesmo a cogitar ir à
Romaria com a antiga aro 26, mas Carolina já a estava preparando ao seu gosto,
uma vez que ao comprar a Scott Scale, dei a ela a Soul SL.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Café
tomado, continuamos pela Estrada dos Tropeiros em direção a São José do
Barreiro, onde almoçaríamos e poderíamos descansar. Mas antes, havia muito chão
para percorrer, e o sol, que parecia estar ao nosso lado, mostrou que não seria
assim tão amigo. O calor ia aumentando a cada quilômetro, dificultando um pouco
as coisas; como se não bastasse a quantidade de subidas e os quilômetros e mais
quilômetros a percorrer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Apesar
dos conselhos para deixar minha mochila de hidratação no carro de apoio, pequei
em insistir em levá-la comigo, pois não queria correr o risco de ficar sem água ou
suprimentos. Quarenta quilômetros rodados, os três litros de água diminuíram no
reservatório, mas pareciam pesar cinco quilos; as demais bugigangas guardadas
na mochila pareciam somar mais outros cinco quilos. Eu já começava a ficar para trás,
andar mais devagar, perdendo contato com o Vinny e outros conhecidos. O calor
estava aumentando, sentia o suor escorrer pelo rosto, a luva pingava suor e o
cansaço aumentava. Era uma alegria encontrar a Kombi do apoio, cheia de água
gelada, bananas e muitas mochilas. Voltei atrás e também deixei a minha mochila
de hidratação no carro, enchi a Polar e continuei,
muito mais leve sem o peso inútil e sem o calor nas costas me incomodando. Era
o alívio que precisava. Só tinha que tomar o cuidado para não tomar toda a água
da garrafinha, pois só iria encontrar a Kombi, vinte quilômetros à frente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMwYr8mMrUwfLVGn3uc_hbzXzzBsLw0HBqJv7Qv-Y4sQZ9BNpLowKlN3kgGbLDtHiEKdHfXgu5-z9JrMajx_5zYNKbdMboCOWddd8SdRgjcJMEfEYlLkCSexAMIkxKWUf62yostGHCoNi8/s1600/DSC02031.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMwYr8mMrUwfLVGn3uc_hbzXzzBsLw0HBqJv7Qv-Y4sQZ9BNpLowKlN3kgGbLDtHiEKdHfXgu5-z9JrMajx_5zYNKbdMboCOWddd8SdRgjcJMEfEYlLkCSexAMIkxKWUf62yostGHCoNi8/s1600/DSC02031.JPG" height="179" width="320" /></a></div>
<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Passamos
por Arapeí com o sol nos castigando. Mas o clima entre nós era tão bom que nos
mantínhamos bem, apesar das ondulações vistas no asfalto quente. Frequentemente
me perguntavam como eu estava e sempre, sempre falavam que o depois do almoço
iria encarar o Morro Frio. Claro que pensei que era uma espécie de trote,
batismo, brincadeira por ser o calouro do ano. Não podia ser assim tão ruim;
ruim é a subida do Pontal na volta de Mambucaba, pensava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Antes
das treze horas, chegamos a São José do Barreiro. Já não aguentava mais comer
barrinhas de cereal e barrinhas de proteína. Finalmente iria comer de verdade!
Ducha tomada, subimos ao restaurante para uma leve refeição; bacalhoada, salada
fria e macarrão. Como havíamos nos atrasado na saída de Passa Três, reduzimos o
tempo de descanso pós-almoço; o que não me fez bem. O sol, o calor, o asfalto
quente e a noite muito mal dormida me deixaram fraco, e a glicose também não
ficou muito bem depois do almoço. Tomei minha dose de insulina e deixamos São
José do Barreiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><u><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"></span></u></b><br />
<b><u><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><u><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Morro Frio<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Um
pouco revigorado pela ótima refeição, seguimos o caminho em direção a Areias. O
sol à tarde era ainda mais forte, sem descanso e nada de sombra pela estrada.
Nosso pelotão seguia junto, mas, à medida que os quilômetros iam passando, foi
se separando, quebrando em pequenos grupetos. Fiquei para trás, pois já não
rendia com noventa quilômetros rodados o mesmo do que com vinte quilômetros.
Novamente me lembraram de que o Morro Frio estava próximo. E, cansado, não
levei mais na brincadeira.<o:p></o:p></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvOZnheB8IBTo0DeWzXsPlG_5JKXKVUOA-Q1W91fS3kcx_68B_m7STpYZjGMPmyAuOpmQGHqe5HMhsG5J6_14UPdYqNadkGqS6SE21xy5h_kxg8PgLmcrGIq6tl113Y7UoFRXR3-BBFYmd/s1600/10419380_1586006004949058_3545749595345237112_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvOZnheB8IBTo0DeWzXsPlG_5JKXKVUOA-Q1W91fS3kcx_68B_m7STpYZjGMPmyAuOpmQGHqe5HMhsG5J6_14UPdYqNadkGqS6SE21xy5h_kxg8PgLmcrGIq6tl113Y7UoFRXR3-BBFYmd/s1600/10419380_1586006004949058_3545749595345237112_n.jpg" height="240" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Carros de apoio no Morro Frio</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Começamos
a subida. Cerca de três quilômetros com sol na cabeça, sem nenhuma sombra e uma
média de inclinação de sete por cento, categoria 3. Estava bem no começo,
pensando que conseguiria chegar ao fim inteiro, apesar do esforço contínuo. Aos
poucos, os companheiros de viagem passavam por mim. Aumentei um pouco o giro;
mas girar nunca foi meu forte. Sempre fui um ciclista de força no pedal,
preferia girar menos o pedivela, mas impor mais força, o que na Soul, aro 26,
dava certo, mas na Scott, 29, impossível aguentar por muito tempo. Usar a coroa
menor, 22 dentes, era vergonhoso até então, vá lá, no máximo a do meio, 32
dentes e subindo o número do cassete. Tive que aprender a girar na marra. Coroa
de 20 dentes e cassete subindo marcha. Girava, girava, e quase não saía do
lugar. Subia a coroa e as cãibras ameaçavam a chegar. Comecei a duvidar de que alcançaria o final da subida, quiçá chegar a Silveiras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
suor escorria forte pelo rosto, pingava no quadro da bicicleta como uma
torneira gotejando. O calor e o esforço me deixavam tonto, as forças iam
sumindo cada vez mais rápido, as pernas falhavam, não giravam, só doíam. Mas
não iria desistir ainda, abaixei a cabeça e continuei a escalada. Quando
avistei a Kombi de apoio parada perto da placa de Areias, pensei que era uma
miragem. Parei. Pálido, exausto, sem forças nem para falar, desabei num banco,
mal conseguindo respirar. Ainda me recompunha quando me perguntaram se eu iria
desistir. Dois dos nossos romeiros já tinham guardado suas bicicletas no rack e seguiam num dos carros de apoio. Eu não queria acompanhá-los. Levantei-me, montei
na bicicleta e continuei a subida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Fiquei
para trás, era o último, estava sozinho. Sozinho contra o vento, contra o
cansaço, contra o asfalto quente, contra um caminho desconhecido, mas
continuava a pedalar com toda a minha determinação. Os carros de apoio me
ultrapassaram e sumiram de vista, logo depois foi a vez da Kombi. O vento
aumentou. A bicicleta ficou mais pesada, os pedais endureceram, minhas pernas
travavam de dor e exaustão. Minha velocidade caiu de trinta quilômetros por
hora para vinte, quinze por hora. Pensei em acenar para o apoio que sumia do
meu campo de visão e pedir por um espaço para minha bicicleta e um banco para
me levar. Ela subiu mais uma elevação e desapareceu. <o:p></o:p></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyvjAJx5_hk8m5TOK2KZRW_HgCL3qiXXSVGWATOP8K4xFcA0vZfsVZS9h8V9ltFv_N9KXfCFwM9B4CMo4vI1jTrmL5J9ld98tSdIH5ytG__L3Mi30ywRuqGH9Pwg0W0bwREFv3mpOxeWvY/s1600/1891247_867441396640536_5971428947150881979_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyvjAJx5_hk8m5TOK2KZRW_HgCL3qiXXSVGWATOP8K4xFcA0vZfsVZS9h8V9ltFv_N9KXfCFwM9B4CMo4vI1jTrmL5J9ld98tSdIH5ytG__L3Mi30ywRuqGH9Pwg0W0bwREFv3mpOxeWvY/s1600/1891247_867441396640536_5971428947150881979_n.jpg" height="177" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Parada em Areias, depois de sofrer o Morro Frio</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Pouco
depois, para minha felicidade, encontrei-a no ponto de parada com os demais
companheiros. Desabei, vitorioso. Havia vencido o Morro Frio, lutei contra o
monstro colossal e sobrevivi. Mas depois de cento e dez quilômetros
percorridos, e uma escalada horrível, estava ferido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Recompostos,
partimos para os últimos quilômetros. Nosso destino do primeiro dia estava a
menos de trinta quilômetros e... muitos morros. O despreparo me pregou mais uma
peça. Não havia só a escalada em Areias, o fim do percurso era feito de altos e
baixos. Subidas que, naquela situação, eram intermináveis, minavam minhas
forças. Alguns companheiros me acompanharam os pedais lentos, o giro sofrido
das pernas como pistões prestes a estourar. Era sofrível para mim. Uma forte angústia
me tomou e eu me questionava o que estava fazendo ali, sofrendo daquele jeito,
sentindo as pernas arderem, o suor pingar no chão, a cabeça pesando toneladas.
Simples, sofremos porque amamos pedalar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nos
últimos quilômetros havia mais uma escalada. Vinny, Valdeí e Luciano
revezavam-se para me ajudar, empurrando-me na subida e me acompanhando na
descida. Minha respiração há muito deixara de ser ritmada e constante. O
coração parecia que em poucos minutos explodiria. Não aguentava mais... era a
hora de pendurar a toalha e aceitar que perdi a batalha. Não conseguia mais
pedalar, estava tonto demais para me manter equilibrado. Antes que eu pudesse
pensar, Vinny pegara a minha bicicleta e a empurrava morro acima. Eu entrei num
dos carros de apoio e lamentei a derrota tão perto do fim... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Não.
Eu não aceitaria fácil a derrota. Não pedalei cento e vinte cinco quilômetros
para desistir daquela forma. Desci do carro alguns metros depois, montei na
bicicleta novamente e continuei meu suplício até ver a cidade de Silveiras se
aproximando.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Muitos
pensam que o ciclismo é um esporte individual, mas não é. O coletivo é muito
importante. Não fosse a grande ajuda dos companheiros de viagem, com palavras
de incentivo, com auxílio necessário para me manter em movimento, não teria
conseguido percorrer os cento e quarenta quilômetros que separam Passa Três de Silveiras.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="line-height: 24px;"><a href="https://www.strava.com/activities/231702149">https://www.strava.com/activities/231702149</a></span></span></div>
Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-47642934457251461542014-12-24T20:18:00.000-02:002014-12-24T20:30:53.422-02:00Romaria Ciclística 2014 - O começo<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgprQXpH8Exgpuf2la-AOzgeqQhwLM0es1eM4M0n8xErz7LUPCT7doQo8sZaX75OSWxnJi_N3k42q33MWrltCg3xjnRKdBqZu9hyC2HAc8SAve-j4jtCjWYhWaorIIYCcEUaKITKLyjhvQv/s1600/DSC01962.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgprQXpH8Exgpuf2la-AOzgeqQhwLM0es1eM4M0n8xErz7LUPCT7doQo8sZaX75OSWxnJi_N3k42q33MWrltCg3xjnRKdBqZu9hyC2HAc8SAve-j4jtCjWYhWaorIIYCcEUaKITKLyjhvQv/s1600/DSC01962.JPG" height="179" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vinny e Alberto</td></tr>
</tbody></table>
</span><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Desde o começo do ano, escuto alguns amigos falarem sobre
a Romaria Ciclística de Passa Três a Aparecida do Norte, algo em torno de 400 km em três dias, pedalando muito e dormindo mal. A empolgação com que falavam sobre
o evento era desconfiável, mas, nítida em seus olhos, a satisfação de concluir
o evento anual do calendário ciclístico amador da região. Comentários como: “é
duro”, “é sofrido”, “é desgastante” contrastavam com “é muito bom”, “vai querer
voltar”, “é uma experiência mágica”, deixavam-me confuso sobre a minha possível,
e improvável, participação entre os romeiros.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Os meses foram passando e os treinos se intensificando. A
evolução sobre a bicicleta começou a fazer diferença quando, principalmente, os
dois dias semanais de treino passaram a ser cinco; quando os 50km de ida e
volta ao Frade se tornaram comuns e os 30km do Contorno, com suas subidas
enjoadas, apenas uma voltinha para passar o tempo. Ainda havia, e há, muito a
melhorar, mas em vista daquele que iniciou o ano sem muitas perspectivas e o
que termina, pensando se vai ou não encarar o <i>Festive 500</i> e quantos quilômetros do <i>Audax</i> vai enfrentar, muita coisa mudou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio48msxtzGPTbrMFinIQRUpyLYNHiqMIb3crf69F7IMSkmcm-9aOnG9G_EnokA_2I4VvCKGs_y_Jfy1UIvH7rEXr3ZyHWNSXOrOQVxVqnE3jTvzVRhHrxyqTyDC7-eLcJL8fTPiIfteB_m/s1600/DSC01961.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio48msxtzGPTbrMFinIQRUpyLYNHiqMIb3crf69F7IMSkmcm-9aOnG9G_EnokA_2I4VvCKGs_y_Jfy1UIvH7rEXr3ZyHWNSXOrOQVxVqnE3jTvzVRhHrxyqTyDC7-eLcJL8fTPiIfteB_m/s1600/DSC01961.JPG" height="179" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Carol, Denise e Eliete</i></td></tr>
</tbody></table>
Algumas vezes conversamos sobre a participação na romaria
e, com esse meu jeito impulsivo, disse que estava dentro. Antes que pudesse
voltar atrás, já estávamos fazendo planos e planilhas de treino para melhor nos
prepararmos para o evento. Ainda, inocentemente, achava que era fogo de palha e
logo teria uma boa desculpa para destravar a sapatilha e permanecer na rotina.
Mas não foi bem assim que aconteceu. As meninas, Carol e Denise, se empolgaram
com a viagem, mesmo não percorrendo todo o trajeto. Não houve jeito, Vinícius e
eu começamos os preparativos e treinos, focando na cicloviagem. Quando nos
demos conta, já era véspera da romaria e a aventura pronta para começar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">1º dia: Passa Três x
Silveiras – 140km<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">2º dia: Silveiras x
Aparecida – 120km<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">3º dia: Silveiras x Passa Três – 140 km</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<br />Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-6962746137824470122013-06-01T09:09:00.001-03:002013-06-01T09:09:34.303-03:00Mobilidade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJXwxOH3D2QXU8icTPR5siNwuUkFgtaxBsmz7mJVRdWG541qdbeJjBepiACEYUCQGVmkQXWEw_gi-9qYgoc0k2gRq0B-mbQA9O8giDHGtw94OXUHLgKvh6yXFAiE9rU1HT0ZOQ0nPdQ1Sg/s1600/fusca-bike.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJXwxOH3D2QXU8icTPR5siNwuUkFgtaxBsmz7mJVRdWG541qdbeJjBepiACEYUCQGVmkQXWEw_gi-9qYgoc0k2gRq0B-mbQA9O8giDHGtw94OXUHLgKvh6yXFAiE9rU1HT0ZOQ0nPdQ1Sg/s320/fusca-bike.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Reclamamos do trânsito de Angra dos Reis todos os dias. E não é por menos, o número de automóveis cresceu, o número de vagas diminuiu, as vias não mais sustentam o contingente a que é submetida. E os resultados? Congestionamentos constantes, procuras intermináveis por um local para estacionar e, inevitavelmente, acidentes. O governo incentiva o povo a comprar carros, mas não se preocupa com as vias nacionais. Afirmo diariamente que Angra não suporta mais carros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As soluções para o problema existem, mas sempre há um custo. Construir edifícios-estacionamentos, aumentar as vias, instalar semáforos em pontos cruciais da cidade, investir na qualidade do trânsito e principalmente em educação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Existem outras possibilidades, como o uso do transporte público. Para tal, é preciso que a cidade ofereça um serviço de qualidade, que respeite horários, dê conforto e segurança aos usuários. Em Angra, caminhamos para trás e vemos o caos se instalar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O problema não existe só no centro da cidade, espalha-se por todos os bairros. Mas é justamente nesses bairros, muitas vezes vistos como problemas sociais, que os exemplos aparecem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNBbSixXKKRoouV_5RdriymvmS9c3ugsM6ll2gAMkAToXTGqT08eHBPwcvMBHBIqC51-4IsFN5NS1xn5G1rVvpUxMXIe3EmIcQe2r-6xg2RDXzk-Wq1hsMuEnuAyqZNFKe9kK06lYQdQoP/s1600/CAM00060.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNBbSixXKKRoouV_5RdriymvmS9c3ugsM6ll2gAMkAToXTGqT08eHBPwcvMBHBIqC51-4IsFN5NS1xn5G1rVvpUxMXIe3EmIcQe2r-6xg2RDXzk-Wq1hsMuEnuAyqZNFKe9kK06lYQdQoP/s200/CAM00060.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
No bairro mais populoso de Angra, a solução para a precariedade do transporte é o uso da bicicleta. Mais do que uma brincadeira infantil ou lazer, as bicicletas são encarregadas de levar o trabalhador ao seu local de trabalho, transportar as crianças para a escola, acompanhar as mulheres ao mercado e diversas outras atividades. Os carros e as bicicletas convivem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É claro que deveria haver um investimento em educação para o trânsito a fim de corrigir alguns erros cometidos por desconhecimento de normas e leis. Mas as coisas funcionam, as pessoas se locomovem e ainda há vagas para estacionar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Deveríamos deixar os carros em casa mais vezes e buscar alternativas melhores para a nossa vida.</div>
<div>
<br /></div>
Alberto da CruzAlberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-89669266386319625972013-01-02T09:48:00.001-02:002013-01-02T09:48:47.241-02:00Prometo que...<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFm3L8dflXTK-7p-V8owMuRilT7Ho3QuehA4FgA8kZBPgrFS_DpIPzIHideRckshY_3d8u0YH0EmfhvegbxrSGSx4_PUzbnfS4jT3bqQORrGCIAk-skxmXLrDpVBa32LzVNSyJknUi5n2C/s1600/tumblr_lkiwwedQgc1qi4h89o1_500.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFm3L8dflXTK-7p-V8owMuRilT7Ho3QuehA4FgA8kZBPgrFS_DpIPzIHideRckshY_3d8u0YH0EmfhvegbxrSGSx4_PUzbnfS4jT3bqQORrGCIAk-skxmXLrDpVBa32LzVNSyJknUi5n2C/s320/tumblr_lkiwwedQgc1qi4h89o1_500.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Começamos um novo ano. Mas qual a diferença entre o último dia do ano passado para o primeiro dia do novo ano? É apenas o início de um ciclo que terminará da mesma forma que todos os outros. É correto então esperar pelo primeiro dia de janeiro para que se mude a vida, enquanto os dias que antecedem a grande festa da virada sejam repletos de vícios e erros?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para mudar não é preciso esperar que o número final do calendário seja outro. Para mudar não é necessário empurrar as falhas mais adiante como forma de aproveitar o que sabemos ser errado por mais tempo. E as promessas de fim de ano, em geral, não se cumprem justamente por isso, por esperar tempo demais e gozar de mais tempo os males que devemos abandonar. Mudemos já!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todos os anos faço promessas, não sou diferente de ninguém. Quantas vezes já disse que pararia de fumar no “ano que vem”? Mas esse ano nunca veio, e continuava a comprar maços e isqueiros. Quantas foram as vezes em que disse começar a dieta e ter uma vida saudável a partir de janeiro, sem que conseguisse evitar as guloseimas e gorduras que se estendiam das ceias? É um costume ruim esse nosso, adiar as transformações, iludindo-nos anualmente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Faremos diferente, nada de esperar. Se vamos mudar nossas vidas, que seja agora. Não faremos um ano melhor, faremos, sim, uma vida melhor de hoje em diante, só por hoje, em todos os hojes do nosso amanhã. </div>
Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-52780659648349463362012-12-28T07:30:00.000-02:002012-12-28T07:31:38.108-02:00Do amor quando se apaga<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKIuKj1kDoDxYwcyzl4xzc2y3GMEXJOgCjGUn_JIPreTvLTTyZUR8Xu6ah7CKBMCot0zSOVsnJXWz9j19Ljs4PUyosBVCq980K1iVKSzu7K_BTd9pOff_CPHULHVC47UomKzX2DZvh-Vxk/s1600/chuva.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKIuKj1kDoDxYwcyzl4xzc2y3GMEXJOgCjGUn_JIPreTvLTTyZUR8Xu6ah7CKBMCot0zSOVsnJXWz9j19Ljs4PUyosBVCq980K1iVKSzu7K_BTd9pOff_CPHULHVC47UomKzX2DZvh-Vxk/s320/chuva.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Estou agora ouvindo Todo o Sentimento, de Chico Buarque, e me parece que a dor aumenta à medida que meu sentimento é sangue escorrendo pela ferida exposta e dolorida. O amor quando se torna dor é um insuportável lamentar sem fim, o amor quando não há o ser amado é uma queda brusca no abismo do eu. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Meu amor foi embora, ou eu o perdi na luta vã do cotidiano ignorante. Foi para não voltar, batendo a porta, sem dizer adeus. Ficou a lembrança daqueles dias azuis, mas que agora são cinzas, enevoados pela ausência que seca a alma e transborda os olhos, cheios de imagens antes cristalinas. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">É incrível pensar que antes sentido havia, mas agora a vida é, no mínimo, vazia. O jarro de flores mortas anda seco, a divina estrela d’aurora não brilha mais, a pomba branca, que antes voava altiva, esfacelada, chora. Como pode arrebentar as ondas quando ontem o mar era calmo? Como pode naufragar o barco que seguia em segurança pelos mares tranquilos?</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Enfim, tudo acabou, eu acabei. No fim, o corpo doente é puxado para baixo com força. Abre-se a cova rasa para me cobrir com a terra pesada. A chuva são minhas lágrimas com desespero vertidas.</span></div>
Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-74383665972017626762012-12-15T09:02:00.001-02:002012-12-15T09:02:41.162-02:00Mudar a vida<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinpYTIUtdcB07m6QfqqdvwhR-D_e4RCeCuYv_IOGlMyA_-4fbSmuprG-jWx8y1m4hS7tNkJ_SzYKTN8k70MbReaBPs84pFocX9txR1C-Gs1cVhHaj4ibd-5XrlfmLApkBMo_4QXLShEtlb/s1600/2891232392-deus-costuma-usar-a-solidao-para-nos-ensinar-sobre-a-convivencia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinpYTIUtdcB07m6QfqqdvwhR-D_e4RCeCuYv_IOGlMyA_-4fbSmuprG-jWx8y1m4hS7tNkJ_SzYKTN8k70MbReaBPs84pFocX9txR1C-Gs1cVhHaj4ibd-5XrlfmLApkBMo_4QXLShEtlb/s320/2891232392-deus-costuma-usar-a-solidao-para-nos-ensinar-sobre-a-convivencia.jpg" width="213" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
A vida muda num piscar de olhos, sepultando os sonhos que moviam o mundo. Criamos esperanças de que a sorte finalmente nos acolheu, mas eles morrerem numa rapidez exorbitante. Num piscar de olhos tudo muda. E a mudança não é nada agradável ao coração que sofre. Uma brutal dor nos devaneia a consciência, faz estremecer o corpo, tremerem as pernas de tal maneira que a queda é tudo o que podemos esperar. Não há no mundo sofrimento maior para o amante do que ter arrancado de si o seu objeto amado. A ausência sôfrega nos leva ao precipício infernal. Se não queremos nos atirar na escuridão amarga, é ela quem nos puxa com a promessa de findar o que nos faz gritar de desespero e desilusão fatal.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muda-se a vida, mas a alma não quer mudar. Ela permanece presa no espaço incansável da paixão, mesmo ferindo num ardor profano e arruinado, não queremos que a chama se apague, forçando-nos a esquecer os momentos de um passado errado. Aceitar a mudança nunca é fácil quando não se quer mudar; quando se acredita piamente que ainda há chances, mesmo que remotas, de salvar o que não tem salvação. Encarar a realidade dos fatos é tarefa difícil para quem não consegue se libertar das amarras de um sonho intenso e devastador.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As lágrimas se esboçam quando olhamos a cama vazia. Rolam quando vamos deitar e não há a quem dizer boas noites. Despencam ao acordar e não haver para quem dizer bons dias. O peito abandonado se comprime, arfa num movimento tresloucado que nos corta o ar. Vazio o quarto, vazia a vida. Mudar é preciso, mas como, se não há razões para enfrentar a luta bárbara pela sobrevivência? Não adianta dizerem que é preciso. Precisamos é da volta de quem nos virou as costas, atravessou a porta e partiu de nossas vidas, impregnando-as de um negrume assustador.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas não há ilusão por mais que queiramos que ela exista. Quem partiu deixou-nos no acalento mórbido da solidão; quem se foi nos condeno ao martírio sem fim da loucura. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mudar! Mas o que há para mudar, quando nem mesmo podemos ver além das nuvens carregadas de lágrimas e trovões que gritam à nossa dor?</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Alberto da CruzAlberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-33746248986097275722012-09-21T10:39:00.001-03:002012-09-21T10:39:36.617-03:00Mormaço<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_stw4EO7rM57TGlYsCBg99RX0aHvVR5uDQrtZpmeHIGry_b0VBQS5dXzzpxhBpj4Y-xg7bUOmhQ_-Nh9ybahs_pr8gMQoRACitncD_tqARo3RMJ0vdoA_S49Rzn9j5s-_DyebLlmHxoFa/s1600/dourado-pia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="257" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_stw4EO7rM57TGlYsCBg99RX0aHvVR5uDQrtZpmeHIGry_b0VBQS5dXzzpxhBpj4Y-xg7bUOmhQ_-Nh9ybahs_pr8gMQoRACitncD_tqARo3RMJ0vdoA_S49Rzn9j5s-_DyebLlmHxoFa/s320/dourado-pia.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Devagar, os olhos no espelho fitavam a imagem da tristeza, um abismo de sentimentos e de sonhos perdidos na memória. Observa-se em silêncio, procurando a sombra da alegria que um dia lhe desenhou o rosto com multicores. Só há o cinza no olhar vazio, absorvido por uma tristeza real, sem disfarce, pura em seu íntimo sôfrego. Não é mais o rosto que conhecia, e ainda pensava ter. É um estranho naquele corpo, um outro que lhe tomou o lugar. E ele o aceita, não luta para voltar a ser quem foi, a sombra o tomou, instalou-se. E ele pensou: tudo bem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Havia graça na vida. Havia; hoje, não mais. As mãos lavam o rosto, mas não trazem quem se foi. A água passa pelas suas marcas, escorrem nas rugas e caem negras na pia, mas o rosto continua sujo, não por fora, mas internamente em sua consciência pesada. Por que se deixou morrer; pergunta-se indiferente. O espelho não responde.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O calor o enlouquece. A camisa manchada de suor lhe encharca o peito e as costas. Ouve, ao longe, o girar do velho ventilador ineficaz e enche as mãos de água; passa-as no pescoço, depois nos olhos marejados. O mormaço o deprime, força o pensamento para o passado, empurrando-o ao desespero do coração partido. Não há mais nada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alberto da Cruz</div>
Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-83924659851982959132012-09-14T06:53:00.002-03:002012-09-14T06:53:11.457-03:00Mais uma tentativa<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1gsFOfCW_lOo_k_kGh3wRFIVXCtPx7c8-midXWUG-2Yj6fbakmJTvcOVIOKQe7HljH1WjX8dMGFWhz-wPt8rbcIf604Rn3UQkgp2JwEusz_EbRw_GuqSenZH6naY7Tl4XvBaFBgnC1QFe/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1gsFOfCW_lOo_k_kGh3wRFIVXCtPx7c8-midXWUG-2Yj6fbakmJTvcOVIOKQe7HljH1WjX8dMGFWhz-wPt8rbcIf604Rn3UQkgp2JwEusz_EbRw_GuqSenZH6naY7Tl4XvBaFBgnC1QFe/s1600/images.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Voltar a escrever depois de uma longa ausência não é algo fácil. O reencontro com as teclas é tortuoso nos toques decadentes da mão nervosa. Preocupo-me com superficialidades e me perco no compasso das horas em que permaneço sentado à máquina sem ter o que dizer, mas com uma imensa vontade de dizer. Devastar pensamentos, criar, atividades comuns, rotineiras de um cotidiano vazio são agora uma batalha terrível contra o vírus mortal da preguiça, ao mesmo tempo misturada com uma absurda vontade de fazer qualquer coisa para evitar o tempo entregue as artimanhas e teias frágeis da composição textual.</div>
<div style="text-align: justify;">
Disse faz algum tempo:</div>
<div style="text-align: justify;">
— O recesso acabou, é hora de voltar a trabalhar.</div>
<div style="text-align: justify;">
— Já era sem tempo — respondeu-me a confidente, e amante.</div>
<div style="text-align: justify;">
— Hoje começo — afirmei convicto.</div>
<div style="text-align: justify;">
E corri para o computador desesperado pela facilidade com que as ideias brotavam em minha cabeça. Pensei que escreveria tenazmente, atravessando a noite com os estalos do teclado, mas, contrariando as minhas expectativas, o cursor, na hora derradeira, piscava ininterruptamente sem que nenhuma linha fosse traçada. As frases se perdiam em algum ponto da tradução das ideias para o concreto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Seria abstrato então. Nem mesmo assim fui longe. Uma sucessão de fragmentos e escritos ruins que eram apagados tão-logo foram escritos. Nada. Um mergulho na escuridão da alma incompetente.</div>
<div style="text-align: justify;">
No dia seguinte a pergunta voraz:</div>
<div style="text-align: justify;">
— Posso ler o que você escreveu ontem?</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sorrio aflito, enrubescendo a face e forçando um sorriso. Vou à impressora e pego uma folha em branco. Dou-lhe a folha. Digo:</div>
<div style="text-align: justify;">
— É isso, mais nada. Não consigo mais escrever. Acabou-se. O recesso virou aposentadoria por invalidez. Fim da história.</div>
<div style="text-align: justify;">
Palavras de incentivo são ditas. Lembranças do passado artístico. Tudo em vão. Não há mais em sombra do criador original ou plagiador.</div>
<div style="text-align: justify;">
Agora volto. E lá se vão os meses.</div>
<div style="text-align: justify;">
Recomeçar. Saber que preciso desenferrujar as engrenagens, exercitar em textos ruins como este para poder desinibir as palavras envergonhadas. Vamos lá.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alberto da Cruz</div>
Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-68539246863567572102012-09-08T07:49:00.002-03:002012-09-08T07:57:27.069-03:00Deixe eu segurar a sua mão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaXLoLtaGI2J_zyyVf9v8kmUvEJKyCYPoh_bmOk7knz9s47y7RsoxBFeLASNu6JRRSMeNNbVbVHGeyVDIWxe05eBmmBwa1ccm7upINT80RJ3M05tU_l39naGIdX4WgW0vMlKyhfdiEC0-5/s1600/screen09_1%5B1%5D.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="284" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaXLoLtaGI2J_zyyVf9v8kmUvEJKyCYPoh_bmOk7knz9s47y7RsoxBFeLASNu6JRRSMeNNbVbVHGeyVDIWxe05eBmmBwa1ccm7upINT80RJ3M05tU_l39naGIdX4WgW0vMlKyhfdiEC0-5/s320/screen09_1%5B1%5D.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho necessidade de ir além dos meus limites, transpor as minhas barreiras e chegar ao fim da meta. Não consigo mais ficar estático, à espera de uma guinada para lugar nenhum. O desafio é constante, instigante luta pela conquista pessoal. Não posso aceitar a derrota antes de começar a batalha. Não me acostumei a cair e permanecer estirado no chão; não me acostumei a encarar a montanha e voltar os passos, de cabeça baixa; não me acostumei a desistir dos objetivos e recostar a cabeça no travesseiro, como se fosse normal. Prefiro levantar-me do chão, sacudir a poeira e continuar. <br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
Frequentemente me perguntam o porquê dos meus atos; o motivo da minha luta. A resposta aparece todas as manhãs, quando o dia surge, levando a escuridão; a vida não para. Uma conquista pessoal tem mais valor do que a medalha, do que o pódio. A minha vitória é minha, de mais ninguém. Isso me faz feliz. Saber que superei o meu limite, esforcei-me para ir adiante mesmo quando todos os caminhos estavam obstruídos é a recompensa que espero ter. Encarar meu rosto no espelho e ver o brilho dos meus olhos, tendo a certeza de que não refuguei, como o cavalo que teme o obstáculo. <br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
O apoio do próximo é crucial, mas não determinante. Às vezes o companheiro de jornada nos deixa em apuros e cabe a nós buscarmos a solução. Infelizmente estamos sozinhos, e continuar é de nossa inteira responsabilidade. Não é que as mãos não sejam estendidas, mas chega uma hora em que temos de estender a nossa e puxar aquele que fraqueja. Não podemos, entretanto, deixar que o desânimo do outro mine nossas conquistas. Haverá uma hora em que os nossos passos ficarão mais fortes e por muito tempo ficaremos sozinhos. <br />
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKfhQPs816qOk-iLwrEyaJ4TtcIQxPuMFdyMLQH-zZAd6acnqnqHnl38rBgy6qyCt88op7aw_YQ3gOHgfNSWV8CmhyphenhyphenFGGSR8j1-y-Qb_YHIRRtRrEj7ZWOE3wzJlXlpeZjJv8lNJxeX2Lo/s1600/tumblr_lidvhrXzWP1qh39eeo1_500.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKfhQPs816qOk-iLwrEyaJ4TtcIQxPuMFdyMLQH-zZAd6acnqnqHnl38rBgy6qyCt88op7aw_YQ3gOHgfNSWV8CmhyphenhyphenFGGSR8j1-y-Qb_YHIRRtRrEj7ZWOE3wzJlXlpeZjJv8lNJxeX2Lo/s200/tumblr_lidvhrXzWP1qh39eeo1_500.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
O que fazer? Virar os passos e fazer o caminho de volta para casa? Arrepender-se, sentir-se vazio? Até mesmo a desistência é difícil, pois envolve os laços afrouxados. Quem irá ceder no fim? Quem irá fugir de si mesmo diante do reflexo envergonhado? Quero seguir até as pernas doerem, bambearem; a vista ficar turva e os músculos fraquejarem. Quero ultrapassar os limites e ser recompensado pela minha satisfação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Venha comigo! Vamos fazer de nossas vidas algo diferente. Vamos seguir adiante, eu lhe estendo a minha mão. Não quero lhe deixar para trás. Quero vencer, mas quero dividir a vitória com você.<br />
<br />
<br />
Alberto da CruzAlberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-72547595141479455152012-08-21T22:06:00.000-03:002012-08-21T22:06:06.889-03:00Contos de Fadas<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: left; text-indent: 35.4pt;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsv2FHVnDTfFeztdATiU4295azB_HygIigLE2f4nahGKrUmzOdz0aAVefCvSlKpuQI0v0Lsrx63Nnotxr0_fTuGRSf4Cmns9dzUGfTNwoE0UyC-y6FdlkCnEAjLG2KLTqFua6NHtzqC3_P/s1600/Casamento-de-conto-de-fadas.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="176" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsv2FHVnDTfFeztdATiU4295azB_HygIigLE2f4nahGKrUmzOdz0aAVefCvSlKpuQI0v0Lsrx63Nnotxr0_fTuGRSf4Cmns9dzUGfTNwoE0UyC-y6FdlkCnEAjLG2KLTqFua6NHtzqC3_P/s200/Casamento-de-conto-de-fadas.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Contos de
fadas não existem. Não adianta esperar pelos mágicos acontecimentos que pululam
em nossos sonhos, pois eles não existem. Vivemos sonhando com o príncipe
encantado ou com a bela e perfeita princesa, mas eles não existem. A magia do
amor verdadeiro, capaz de salvar da morte certa, também não existe. Iludimo-nos
com as histórias da infância e carregamos por nossa vida a esperança de que os
sonhos insólitos se realizem, com a ajuda fantástica da Magia, mas ela não
existe. E insistimos em crer no fantástico, buscando a borboleta perfeita.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Esperar pela
magia simplesmente acontecer ou apenas viver o amor nosso de todo dia? O
príncipe encantado não virá montado em seu belo cavalo branco para prometer um
final feliz no fim da sua vida. Não existem finais felizes, nenhum final é
feliz. O conto, em geral, termina com o casamento e a promessa de eterna
alegria, como sabemos. Mas e o
casamento? Seria a união de um casal a felicidade tanto exaltada nas histórias
fantasiosas? Às vezes a felicidade está no divórcio! Um casamento é muito mais
do que a utopia pregada nas narrativas. É claro que uma pitada de fantasia faz
bem, mas fazer dela a razão é um engano fatal. Sempre nos decepcionamos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Procurar o
outro no espelho é um erro. Ninguém é igual a ninguém. Não adianta buscar uma
pessoa idêntica, são as diferenças que fazem um relacionamento ser divertido,
pois a monotonia é uma premissa para o fim. Saldamos com fervor os opostos, já
que eles se atraem. É preciso amar as diferenças, respeitar as imperfeições e,
quem sabe, admirá-las. Lembremos que não somos perfeitos, não somos formados
por virtudes, mas uma mescla de qualidades e defeitos. O verdadeiro amor reside
no respeito mútuo, na individualidade, na realidade de cada um. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Deixemos,
pois, os contos de fada nos livros. Eles servem para entreter, para pintar de
novas cores a vida, mas não podemos transformá-los em nossa vida. Vamos assumir
que somos imperfeitos e felizes com nossas virtudes e com nossos defeitos. Essa
é verdadeira magia.<o:p></o:p></div>
<br />
Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-36323516351234491802012-08-12T08:20:00.001-03:002012-08-12T08:20:45.379-03:00A derradeira estação<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeJul2-fYgoM7K0xFmZkFgJPGq5bLKu2pbua9QeZmubKsAF3uc9wEpONOfPeGC0AdbXa55WGR6CJu5A9HSVXVf5oy39Dve4nkX7AM4XAzo1AbQEC4e5gvAMNmnA_V-db_qc53GkO3IjZws/s1600/jussa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeJul2-fYgoM7K0xFmZkFgJPGq5bLKu2pbua9QeZmubKsAF3uc9wEpONOfPeGC0AdbXa55WGR6CJu5A9HSVXVf5oy39Dve4nkX7AM4XAzo1AbQEC4e5gvAMNmnA_V-db_qc53GkO3IjZws/s320/jussa.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como um invisível, caminho pela rua. As pessoas
parecem não me ver. Sou o nada perdido na multidão apressada. Vozes nervosas, o
motor dos carros, gritaria de vendedores e eu, inútil ao mundo, em minha
caminhada insignificante. Quem olha pelo velho que se arrasta no movimento
rápido de um fluxo insano? Ninguém se apieda dos difíceis passos lentos,
reclamam da lentidão na velocidade de um tempo egoísta.<br />
Estou só. Não, não. Sou só. Minha esposa morreu
há alguns anos. A minha amada me deixou para trás na viagem ao desconhecido.
Deixou-me ou fui eu quem me atrasei para o trem? Quando cheguei à estação ele
já havia partido, levando meu conforto em seus vagões empoeirados e frios. <br />
Meus filhos já não se lembram de mim, a não ser,
é claro, quando precisam do meu pouco dinheiro. Três belos rapazes. Varões do
meu orgulho ferido. O mais velho advogado, o meu doutor de terno e gravata,
sempre apressado com a valise de couro italiana na mão. Tenho pendurado na sala
o seu retrato imponente, que observo quando sento na poltrona e assisto ao meu
passado nas lembranças. O do meio é engenheiro não sei de quê, a memória me
falha. Mas sei que é um homem importante. Trabalha numa empresa dessas que
rodam o mundo. Já o caçula, criatura mimada por minha mulher, é um perdido na
vida. Falei para Dolores que esse menino daria problemas. Meteu-se a ser
artista. Vagabundo, isso sim. Meus filhos são traças a devorar minhas páginas
amareladas, sem se preocuparem com o texto escrito nas linhas duras da minha
vida. <br />
A velhice é a morte sem estar morto. As rugas no
rosto já não são sinal de respeito, geram zombaria e desprezo. Ninguém me vê, e
eu continuo andando lentamente pela rua cheia de pernas agitadas. <br />
Faz muito calor. Meu terno de brim desgastado me
esquenta o corpo como se eu estivesse numa estufa. O chapéu protege a
cabeça, mas me ferve o couro. Fico tonto. Houve um tempo em que os homens
de respeito se vestiam bem. Éramos alinhados, impecáveis. Dos sapatos ao
chapéu, desfilávamos impecáveis pela rua, cheios de vaidade. Os jovens nos
olhavam admirados, as mocinhas se riam. Dávamos bons dias, boas tardes quando
topávamos com os outros nas caminhadas. Eu tinha amigos. Mas eles também
embarcaram no trem que me levou Dolores. Os jovens hoje riem de mim quando
passam com seus bonés da moda, jeans e camisetas esportivas. As mocinhas andam
quase nuas, exibindo seus corpos sem nenhuma vergonha. Uma afronta! Por que
fiquei para ver a decadência moral do mundo? <br />
Sou um relógio quebrado, parei no tempo. <br />
Lá vem uma mocinha sorridente. Ela caminha com
pressa, sem olhar para os lados. Atrás dela, um delinquente lhe arranca a bolsa
e corre. Ninguém faz nada. Todos fingem não ver que o rapaz a jogou no chão e
corre com seus pertences. Brado a bengala no ar. Quero acertá-lo em cheio, mas
ele me joga no chão, quando passa por mim. Ninguém faz nada. A mocinha está
chorando. As pessoas olham para ela, mas nada dizem. As pessoas olham para mim
e riem.<br />
Tento me erguer. As costas doem, as pernas doem, os ossos doem. Com lentidão me
arquejo. As mãos espalmadas no chão num esforço brutal para me pôr de pé. A
bengala me ajuda, as pessoas não. Onde este mundo vai parar? No meu tempo, o
marginal estaria preso. Não o deixariam fugir com a bolsa da mocinha
sorridente. Ela estaria amparada pelos homens de bem. Hoje não. Hoje a mocinha
sabe que perdeu tudo o que tinha, ela sabe que a impunidade é maior do que a
dignidade. <br />
Alguém poderia pegar o meu chapéu caído ao meu lado. Alguém poderia ajudar o
velho que se arrasta a recompor-se, mas ninguém ajuda. Com dificuldade a
bengala, fiel amiga, o ergue no ar. Cubro novamente o couro sem pelos. Um dia
eu tive muito cabelo. Era vaidoso. Penteava a cabeleira com satisfação. Mas os
fios enfraqueceram. Perderam a cor e caíram tão rápido que nem percebi, ou não
tive tempo para perceber. Sou da época em que o homem trabalhava para prover o
sustento da família. Essa história de mulher trabalhar não era bem vista. Meus
filhos permitem que suas esposas trabalhem. Vejam só que disparate! Esquecem a
educação que lhes dei. A mesma que meu pai me dera. Tenho vergonha de dizer que
meu caçula come porque sua esposa põe a comida na mesa. Meu próprio filho...
Que decepção me destes, João Francisco!<br />
Retomo os passos. Que sofreguidão é minha
caminhada. Queria ver o mar, mas a praia é, para mim, tão distante quanto outro
planeta. Eu frequentava a praia nos finais de semana. Vestia meu calção e
nadava como um peixe. As crianças brincavam na areia, enquanto Dolores as
vigiava com zelo. O meu filho do meio fazia castelos na areia, mas as ondas os
derrubavam com voracidade. Ele chorava. Quando fez a primeira casa, eu disse
para tomar cuidado com as ondas. Ele ria. Pedro Paulo constroi casas. É
engenheiro de alguma coisa. Trabalha muito, o coitado. Vive rodando o mundo,
enquanto a mulher trabalha num banco federal. Ganham muito dinheiro, mas não me
visitam faz anos. É porque ele trabalha muito e está sempre viajando. <br />
Como me doem as pernas! Queria me sentar na
antiga confeitaria da esquina e beber alguma coisa. Mas a confeitaria não
existe mais, como não existe mais o Pacheco. Todos os dias eu me sentava à mesa
do canto, sempre a mesma, e pedia ao Pacheco um café preto e uma fatia de bolo,
enquanto observava a manhã nascer. Mas a confeitaria não existe mais. Fechou as
portas com a morte do velho amigo. O filho, o Pachequinho, vendeu o prédio para
uma dessas lojas que oferecem de tudo. <br />
Quando Dolores se foi, Pedro Paulo quis vender minha casa também. Falou que era
muito grande para um velho como eu viver sozinho. O pai vai ter lembranças
ruins, disse para o irmão mais velho. Eu não queria sair da minha casa, mas o
Luís Fernando me disse que seria melhor vender antes que desvalorizasse a
propriedade. Se o Luís Fernando disse que seria melhor, então era verdade. Meu
mais velho não conta mentiras. Uma vez, quando era garoto, disse que estava na escola,
mas eu o peguei com um bando de desajuizados batendo perna na praça. Levou uma
surra na frente dos amigos, da namorada. Apanhou tanto que nunca mais mentiu.
Por isso confiei no meu filho. Assinei o tal contrato de venda da casa de olhos
fechados, mesmo sabendo que entre aquelas paredes antigas ficariam as
lembranças da minha Dolores.<br />
No apartamento que moro de aluguel, as
coisas se amontoam empoeiradas. O Luís Fernando me disse que hoje em dia
ninguém mais compra casas. É perda de tempo, pai. Alugar é mais fácil,
explicava-me com paciência. Sinto falta da minha casa, do jardim da Dolores, do
cheiro das flores, mas me acostumei com a falta de cor do apartamento. A
paisagem da janela do quinto andar pelo menos é bonita. Posso ver a praia, as
pessoas, o Cristo. Mas é tudo tão distante, tão triste, que prefiro sentar na
poltrona velha e olhar para os retratos que o porteiro pendurou na parede da
sala, porque meus filhos não puderam me ajudar. No começo tive muito medo de
morar sozinho naquele lugar estranho, mais medo ainda de entrar no elevador.
Aquela caixa de ferro me faz pensar na morte. É o caixão metálico onde me
divirto, subindo e descendo os andares até que o Antenor, o porteiro que me
pendurou as fotografias, muito gentil, aconselha-me a descansar. Ele se
preocupa muito comigo. Deve ter a idade do Pedro Paulo. Mas coitado, não teve a
mesma sorte. Passa o dia inteiro sentado na portaria abrindo o portão de ferro
da entrada do edifício. Não ganha bem, por isso sempre lhe dou um agrado quando
recebo o dinheiro da aposentadoria. A economia do país mudou muito. Eu pensei
que o meu ordenado seria melhor, mas o Luís Fernando me disse que o país está
enfrentando uma crise financeira muito grave. Ele cuida das minhas finanças e
todo mês, direitinho, me entrega o dinheiro que ele recebe no banco,
descontando o aluguel e as outras despesas da casa. Meu filho é muito
responsável. <br />
Não consigo entender por que o João Francisco
saiu tão diferente. Deve ter sido por causa dos mimos da Dolores. Vá lá, um artista!
Vagabundo sustentado pela mulher. Gosta mesmo é de aparecer nos jornais. Sempre
que ele vem me perturbar com essa história de ir morar com ele e a mulher me
traz um jornal com uma foto dele e de sua arte. Tanto esforço para educar as
crianças, e o infeliz perde tempo pintando porcarias que não consigo entender.
Faço arte contemporânea, pai; ele diz quando reclamo da sua vida. Mas me irrito
mesmo quando fala mal do Luís Fernando. Vejam só, dizer que o meu mais velho
rouba o meu dinheiro! É um desaforado, esse menino. Até parece que o Luís
Fernando iria me roubar. O João Francisco e aquela mulherzinha esnobe com quem
ele se casou é que querem meu dinheiro. Eu sei que esse negócio de arte não
enche a barriga de ninguém, por isso eles querem me levar tudo. Quer que eu vá
morar com ele para pôr aquelas mãos sujas de tintas no que é meu. Mas eu não
vou. Ele é que vá procurar um emprego de homem, como o do irmão. <br />
O Luís Fernando não levou o meu pagamento neste
mês. Mês passado também. Coitado, deve estar envolto a processos no escritório
e ainda se meteu a entrar na política. Vai ser deputado! Faço questão de votar
no ano que vem, mesmo não gostando de política. Mas essa história me aborrece
um pouco. Ele estava tão magro quando deixou o dinheiro com o Antenor. Nem
falou comigo. Quando eu o vi, já estava do lado de fora do portão. Apressado
como sempre.<br />
O aluguel está atrasado. O síndico bateu à minha
porta ontem para cobrar o pagamento. João Francisco insistiu para que eu fosse
morar com ele, mas eu não quero nada daquele ingrato. Como ele pode dizer que o
irmão mais velho está me fazendo de bobo! Desrespeito. Ninguém pode manchar a
imagem da família. <br />
Minhas pernas estão queimando. O edifício onde o Luís Fernando trabalha é
enorme. Subir e descer os andares deve demorar muito. Mas o porteiro não me
deixa em paz. Eu entro no elevador e há um homem sentado num banco que me
pergunta para qual andar eu vou. Digo que é para o décimo quinto. Ele aperta o
botão. A caixa metálica sobe, sinto um frio na barriga. A porta se abre. Ele me
manda sair. Queria subir ao último andar e descer ao térreo antes de saltar do
elevador, mas o homem me lança um olhar intimidador. Atravesso o corredor
vazio. Meus sapatos ecoam pelas paredes. Vejo a sala do Luís Fernando e me
encho de orgulho. Entro devagar.<br />
A secretária olha para mim com desdém. Eu não sou
qualquer um. Digo que quero falar com meu filho, mas ela me responde que ele
não pode me atender sem hora marcada. O descaso com os velhos. Vou mandar que
Luís Fernando a demita. Ela não perde por esperar. Insisto para entrar, mas ela
não deixa. Ergo minha bengala, furioso. Não sei de onde surge um segurança que
me põe para fora da sala e me acompanha ao elevador. Tento argumentar, mas ele
me enxota como seu eu fosse um desocupado.<br />
Estou na rua novamente. Meus passos são lentos na
velocidade do mundo. As pessoas me esbarram como se eu fosse invisível. Os
jovens de bonés e calça jeans riem do meu terno desgastado e do meu chapéu.<br />
Quero voltar para casa, para minha Dolores, mas me lembro de que a casa não
existe, de que Dolores também não. São lembranças distantes na vida amarga. Meus
passos são vagarosos. As pernas fraquejam. Estou tonto. Preciso de um táxi.
Ergo a mão, fazendo sinal, mas me lembro a tempo de que a carteira está vazia.
Meus remédios para a pressão acabaram. Minha cabeça dói, mas não sei se é por
causa do sol ou da hipertensão. Aquela secretária vai pagar caro pelo que fez.
Quando o Luis Fernando vier me ver, vou contar tudo para ele. Ela vai para a
rua na mesma hora. <br />
Pedro Paulo está na França. Ou na Itália? Já não me recordo. Ele foi para a
Europa logo depois que venderam minha casa. Mandou-me um postal ano passado. A
cabeça é falha, era a Torre Eiffel ou a Torre de Pisa? De fato era uma torre
europeia. Se ele estivesse aqui iria fazer aquela estúpida funcionária pedir
desculpas de joelho, porque Pedro Paulo quando está irritado assustaria até
Fidel Castro. Mas ele está na Europa. Quando voltar de lá não valerá a pena
contar para ele. Queria só ver meus netos. A última vez que os vi ainda eram
muito pequenos. Sou um avô desnaturado, não me lembro dos nomes. São dois
meninos... Ou serão duas meninas?<br />
Continuo o meu caminho. Vejo a
estação de trem. Aperto o passo, ignorando minhas dores. Meto a mão no
bolso. Há um bilhete para o próximo trem. Confiro o horário. Olho para o
relógio. Se me apressar não o perco desta vez. <br />
O fiscal está à porta do vagão recolhendo os bilhetes. Afoito, entrego o meu.
Minhas pernas não se aguentam. Sento numa poltrona. Há uma bela mulher ao meu
lado. Ela usa um vestido parecido com o que Dolores usou quando nos conhecemos.
O seu chapéu é igual ao de Dolores. Ela sorri para mim com felicidade. É a
minha Dolores sentada ao meu lado. <br />
Demoraste tanto a vir, José; ela me diz com sua
voz suave. Está nova, sem rugas, sem o peso do tempo, linda como antes. Eu
também me remoço. Minhas dores não mais existem. O trem apita fortemente. Está
de saída. Desculpa-me, querida, perdi a hora; digo feliz pelo reencontro
tardio. O vagão se movimenta nos trilhos. Seguro as mãos da minha mulher e
finalmente desenho um sorriso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alberto da Cruz</div>Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-5986385250466347782012-08-11T11:18:00.003-03:002012-08-11T11:18:55.133-03:00My Soul<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTrBZ6CTiHpOgGNr5u8L6WsmFdfFoVtUWYCHhmOlieNo6RKethnWiap_Ac4m_Gu5ilcnl5zwFhhJdJurS4JzbVzH8RK62DAksp_MibnwoHXYbjIj1VjUsNAWxRB2-O9iXNtNlNREH4e0FN/s1600/388098_4408387771469_1089041021_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTrBZ6CTiHpOgGNr5u8L6WsmFdfFoVtUWYCHhmOlieNo6RKethnWiap_Ac4m_Gu5ilcnl5zwFhhJdJurS4JzbVzH8RK62DAksp_MibnwoHXYbjIj1VjUsNAWxRB2-O9iXNtNlNREH4e0FN/s320/388098_4408387771469_1089041021_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando comecei a pedalar, e não faz muito tempo, foi numa Rainbow full-suspension que herdei do erro de uma loja. Depois de ter ficado meses dentro da caixa, montei-a sem que eu nunca tivesse rosqueado um parafuso de bicicleta. Deu certo, até porque essas bicicletas já vêm “reguladas” de fábrica. As linhas eram muito bonitas, robusta, elegante, pesada e ruim, como todas essas bicicletas de “supermercado”. Montada, calibrei os pneus, dei uma volta na minha rua e a guardei na garagem por dois anos, ou mais. Sedentarismo, preguiça, medo, falta de companhia, não sei, talvez tudo isso e mais um pouco. Confesso que o trambolho na garagem era um ótimo acumulador de poeira e só atrapalhava. Pensei em vendê-la e fazer um trocado, já que não gastei um centavo com ela, mas sempre dizia para todo mundo que iria pedalar, mas nunca montava no selim. Quando finalmente resolvi pôr as correntes em movimento, não tive escolha a não ser passar na bicicletaria e sanar os problemas do descaso. Tudo pronto e regulado, ainda enrolei uns meses para começar a me divertir.<br /> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE2T2nL0lex_cBPD-xY7sOoed2PXx3qMDlYTVYj44Y_E2brfaX1YAZrKircGngtqZiCnxwqgyOvEwx0EQPUL2yn6wv8u06y95rl1wI2AYoFS2IM5vzvFiDYWWgyM0W01UJtbLu8oopaYRP/s1600/rainbow.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="112" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE2T2nL0lex_cBPD-xY7sOoed2PXx3qMDlYTVYj44Y_E2brfaX1YAZrKircGngtqZiCnxwqgyOvEwx0EQPUL2yn6wv8u06y95rl1wI2AYoFS2IM5vzvFiDYWWgyM0W01UJtbLu8oopaYRP/s200/rainbow.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Percebi, pouco depois, que uma bicicleta bonita e barata é uma bicicleta bonita e ruim. Quando ouvi uma conversa dos mecânicos sobre preços de bicicleta, achei aquilo loucura. Onde já se viu uma bicicleta custar mais do que um carro! Pagar mil, dois mil reais em uma bike era um luxo para quem tem dinheiro sobrando. Pagar mais de dez mil, para mim, já era mais do que loucura. Mas, na prática, percebemos que os componentes fazem a diferença e que aço carbono é pesado demais. Nada funcionava direito, as marchas estalavam, não entravam; a pedivela pegava no quadro; era uma tormenta. Certa feita o dono da bicicletaria fez um comentário sobre a minha lindíssima full e foi o bastante para que resolvesse mudar de bicicleta. Não dava mais.<br /> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1aTbBzF9C5vNK-BOzXoCVfM3y3HoyRA4PDAosJjezPbez7vvQ-ZAFkjxR7iAbYn2FvR86hvp-Cr1D-J6g0NASDLirz5STogW_JgxqIaqWapLM80z3qgwN_5N4i2XUkR1MDOnUgU1uDMjq/s1600/caloi.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1aTbBzF9C5vNK-BOzXoCVfM3y3HoyRA4PDAosJjezPbez7vvQ-ZAFkjxR7iAbYn2FvR86hvp-Cr1D-J6g0NASDLirz5STogW_JgxqIaqWapLM80z3qgwN_5N4i2XUkR1MDOnUgU1uDMjq/s200/caloi.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Na infância, as propagandas de bicicleta enchiam os olhos com o famoso slogan: “não esqueça minha Caloi”. Logo, se fosse para trocar, seria por uma Caloi. Desde pequeno, quando parei de cair da Ceci de uma prima e me aventurar numa aspen do meu primo, quis ter uma Caloi, mas nunca tive. A nova companheira seria uma Caloi. Para não jogar dinheiro fora começando algo que talvez não levasse adiante, escolhi um modelo bonito, com suspensão dianteira e de... aço carbono. Não que esteja reclamando, mas a Andes cumpriu o seu papel, levando-me para todos os lugares que quis ir, para o mato, para a estrada, para a areia. Com o tempo, vamos descobrindo as coisas, nos aprofundando no assunto e conhecendo melhor a utilidade de cada componente. Sabia, quando comprei a Andes, que não seria por muito tempo, caso realmente pegasse o gosto, só não imaginava que o tempo fosse ser tão curto. E aquelas bicicletas de mil, dois mil reais já estariam na minha lista de favoritos como compra futura, assim como as de mais de dez mil reais, um sonho.<br /> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtbqYxfPDDgClh5BLXlhOLz9FI-pUWFMw-1Ah0FMtvvFv5HgUjk4UPRx8fuKS3zfEbeKqKNgcYbsUI2XvnuhY9P14EXluBNwhtyfwIDJ48IBCgLaFRjyPQe4LFhZw5X2XUdns0dW5Ofkr4/s1600/trakker.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtbqYxfPDDgClh5BLXlhOLz9FI-pUWFMw-1Ah0FMtvvFv5HgUjk4UPRx8fuKS3zfEbeKqKNgcYbsUI2XvnuhY9P14EXluBNwhtyfwIDJ48IBCgLaFRjyPQe4LFhZw5X2XUdns0dW5Ofkr4/s200/trakker.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Pouco dinheiro e muita vontade, pesquisei, namorei, desejei variados modelos que atendessem ao que queria. Nada profissional, mas um modelo mais moderno, com linhas atuais e um bom conjunto, uma vez que sou entusiasta e ainda iniciando no esporte. As dúvidas surgiam a cada modelo: v-brake ou a disco; disco mecânico ou hidráulico; quantas marchas; qual grupo; qual marca; quanto poderei gastar? Cansado de tanto procurar, encontrei uma Reebok Trakker em promoção. Bonita, no meu tamanho, grupo básico da shimano... Estava quase convencido de que encontrei minha nova companheira de aventuras, mas ainda havia dúvidas, principalmente por ter como maior marketing a tecnologia dos adesivos. Adesivos?<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Pesquisando num fórum confiável, o mesmo que me fez pensar em uma Canadian, esbarrei numa comparação entre a Reebok e a Soul Cycles. Já havia visto bicicletas Soul em vários sites, achei-as bonitas, mas não conhecia a marca. E voltamos às nossas buscas nos mecanismos de pesquisa. Li, reli, assisti e me apaixonei pela marca nacional. Não hesitei mais nenhum minuto. Minha próxima bicicleta seria uma Soul. Inicialmente o plano era para o fim do ano ou início do próximo, afinal a Caloi ainda tinha muito a oferecer, mas não consegui. Queria uma SL imediatamente. Acabei finalizando a compra de uma SL70, modelo básico, já que sou iniciante. Não havia motivos para gastar mais do que o necessário. Estava satisfeito, mas já pensando em melhorias futuras.<br /> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidTIFbyKY9tbkl7aUAx3g14Cu-y4nvSUXy2P5tgpLniw5PgD5wwQU-e-UWTbpmsGq2_FxKlodLH3vKl6-fE3bIHskL32a-lrGZtJyeJpr4hVNvpX9PTl71bDyHIxfw1wopfR1oCW4mLx-D/s1600/soul.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidTIFbyKY9tbkl7aUAx3g14Cu-y4nvSUXy2P5tgpLniw5PgD5wwQU-e-UWTbpmsGq2_FxKlodLH3vKl6-fE3bIHskL32a-lrGZtJyeJpr4hVNvpX9PTl71bDyHIxfw1wopfR1oCW4mLx-D/s200/soul.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao chegar em casa, depois de muita espera, encontrei a caixa da soul Cycles em minha sala. Parecia uma criança abrindo o presente de natal. Feliz era pouco. Ao vê-la de perto, pessoalmente a satisfação foi muito maior do que o previsto. A bicicleta é linda, macia, confortável, ágil e o melhor de tudo: leve. Nada de aço, tudo de alumínio.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Não vejo a hora de encarar os novos pedais, de me sentir livre, de respirar o bom ar da natureza, enfiar as rodas na lama, atravessar os rios, queimar o asfalto e ser feliz com minha nova companheira.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Para o final do ano, já passei na bikeshop e orcei as melhorias... A vida em duas rodas virou um vício, um estilo gostoso de vida.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alberto da Cruz</div>Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-80568157662789629122012-08-06T13:14:00.001-03:002012-08-06T13:14:17.280-03:00Críticas amarguradas<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5FOt6lOJb1cdmLzxVhdcnCfvipUMfijKXTboDSZmGX7jnlYJWknUBfeu4mn9egdZ0ecWbr_TD5k-NRq8fXhC_gfCF5lalgf3Ohif57NxRE85ssfxviGesUn9mupYx0i75_oaAORJe96DE/s1600/nado-sincronizado-2g.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5FOt6lOJb1cdmLzxVhdcnCfvipUMfijKXTboDSZmGX7jnlYJWknUBfeu4mn9egdZ0ecWbr_TD5k-NRq8fXhC_gfCF5lalgf3Ohif57NxRE85ssfxviGesUn9mupYx0i75_oaAORJe96DE/s320/nado-sincronizado-2g.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Hoje é o dia de ouvir besteiras nos noticiários esportivos sobre a Olimpíada de Londres por pessoas que se julgam mais inteligentes do que realmente são. José Trajano é um deles.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Falar sobre algo que se domina, tudo bem, destile seu veneno em críticas contundentes; mas querer discursar sobre tudo, e ainda querer passar a imagem de profundo conhecedor de todas as modalidades já é demais.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trajano me tirou do sério, antes já havia criticado a maratonista brasileira que cruzou a linha em quadragésimo sétimo lugar, ao dizer que os movimentos obrigatórios do nado sincronizado são desnecessários, que as duplas parecem robôs executando movimentos programados. Sim, caríssimo comentarista, são semelhantes porque são movimentos obrigatórios do esporte. As inovações tanto aclamadas ficam para os movimentos livres, em que cada dupla usa de seu repertório próprio. Ainda na piscina, nosso amargo jornalista teve a audácia de criticar ofensivamente as músicas utilizadas nas apresentações, além dos maiôs, prendedores nasais, cabelos... Ao terminar sua fala mesquinha sobre o nado, propôs quase o fim da modalidade, deixando implícito que a modalidade não é um esporte.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg68CslmlCXaefrlO7n0_rKJmN1PHFMB-1Axt_BFM8pkVlfDkPwF7wbDCfmMQ0HfJCLF5wM2RwQhnwzfQ2YR_bThbkVr2EW__zBXs4XDgD-ztFLokxEAMpFo4c6OS2kWx9aNc8z0jpgdQ66/s1600/Vos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg68CslmlCXaefrlO7n0_rKJmN1PHFMB-1Axt_BFM8pkVlfDkPwF7wbDCfmMQ0HfJCLF5wM2RwQhnwzfQ2YR_bThbkVr2EW__zBXs4XDgD-ztFLokxEAMpFo4c6OS2kWx9aNc8z0jpgdQ66/s320/Vos.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Em seguida, o torcedor do América me tirou do sofá espumando de raiva ao criticar jocosamente o ciclismo. Por que o ciclismo tem tantas medalhas disputadas; questionou. Simples, amargurado comentarista, porque são diversas modalidades. O ciclismo de pista é diferente do de estrada, que difere do montain bike, que por sua vez é diferente do BMX, que não é igual ao contra-relógio. Assim, temos diversas premiações para modalidades distintas. A comparação estúpida com o futebol, propondo medalhas para disputa de embaixadinhas, prova sua total ignorância disfarçada em pedantismo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Por que as corridas de atletismo têm tantas medalhas? Se o atleta corre os 100m não é preciso disputar os 200m? E os 400m? Barreiras, maratona? Para quê?! Realmente, há um desperdício de medalhas também na natação, já que temos os 50m, 100m, livre, borboleta, peito...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Quando não se tem o que dizer, é melhor ficar calado para não correr o risco de irritar o público com su<span style="text-indent: 35.4pt;">as falácias impensadas. A crítica deve existir, mas sempre com fins construtivos, não depreciativos. Se não gosta do que comenta, simplesmente não comente. Se não concorda, argumente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Esse triste episódio do nosso jornalismo reforça a ideia de que o crítico é aquele que não tem capacidade de fazer alguma coisa, portanto se limita a tecer seus comentários, muitas vezes infelizes, por puro orgulho ferido e inveja. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
Alberto da Cruz</div>
<br />Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-90810007314701449252012-07-28T09:10:00.000-03:002012-07-31T08:45:45.255-03:00Conquistas<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjucDIY5SV1EdPFdCClfgfn8vwDjhsVKOL_n1kOLZE9E_C50QbR2Q_ppgjQQsqnuNn7lIbTlRC89NdVgr7MJI54PMfe_hiQfLIN7GLZdcLawyQT3Hs3OMdi-ZhgOCjVAYftStnjPQCsK3WP/s1600/DSC02196.JPG" imageanchor="1" style="background-color: white; clear: left; display: inline !important; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjucDIY5SV1EdPFdCClfgfn8vwDjhsVKOL_n1kOLZE9E_C50QbR2Q_ppgjQQsqnuNn7lIbTlRC89NdVgr7MJI54PMfe_hiQfLIN7GLZdcLawyQT3Hs3OMdi-ZhgOCjVAYftStnjPQCsK3WP/s320/DSC02196.JPG" width="320" /></a>Nada é melhor do que se sentir vitorioso. Hoje me sinto
assim. Cada conquista pessoal é uma
vitória, mesmo sem pódio, sem recordes, sem exaltação, sem torcida, nada além
da superação das dificuldades, de vencer os nossos próprios desafios. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esta semana atingi outra meta ao chegar à antiga Estação Ferroviária
de Jussaral, entre Angra dos Reis e Lídice. Uma trilha muito íngreme de
trezentos e cinquenta metros de elevação, cortando o belíssimo vale da Banqueta. <span style="background-color: white;">Muitos podem achar que é pouco, mas para mim, que sempre fui
sedentário, sair do sofá, largar o controle remoto, desligar o computador e
mudar o meu estilo de vida já é considerado uma vitória. E de uns tempos para
cá, tenho vencido bastante.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Pedalamos alguns quilômetros até o início da trilha, um
percurso já rotineiro, que há muito deixou de ser cansativo, até nos deparamos
com a subida. Pés afundando no barro, bicicletas sendo empurradas, continuamos
o percurso pela trilha. Se não tivéssemos levado as bicicletas seria muito mais
fácil, mas não procuramos facilidade. O caminho não está bom, muitos buracos,
pedras, lama, mata fechada e mosquitos. Seguimos em frente, ou melhor, para
cima. O cansaço da subida, o peso das bicicletas, o suor, os escorregões só
valorizaram o esforço. Chegar à linha férrea foi semelhante a cruzar a linha de
chegada. Fomos recompensados pela beleza natural, pelas ruínas da estação, pelo
objetivo alcançado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Lamentável ver a degradação do lugar. Desde que a linha foi
desativada, pelas chuvas que destruíram Angra, a estação está se deteriorando.
Tudo o que era possível foi roubado, até mesmo os telhados das edificações. Não
sobrou muita coisa além das paredes, que bravamente lutam contra o tempo. Não
demorará muito para a Estação de Jussaral ser apenas uma lembrança. E isso é
bem comum aos monumentos de Angra, como o forte na Ponta Leste e seus canhões
enferrujados, do convento São Bernadino de Sena, do presídio da Ilha Grande, por
exemplo. Além das intempéries, a força do homem leva Jussaral ao fim decadente.
Não há uma parede que não esteja rabiscada, marcada, depredada. Os visitantes
deixam suas marcas ou gravadas no que restou ou no lixo que fica para trás.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjczQlnlPxg60TmmpCOHaeX0LZPtyyO6UQQMH54Pw_7D5sJGjgEQZskblUXbCTQ_q_SZDIN6aCZPoficqc-p7TjW3EAs7P08t6j2EnohJccm1rpEo39YLfv16PA3IPeLfWCXC2KVXrXhaEV/s1600/DSC02298.JPG" imageanchor="1" style="background-color: white; clear: right; display: inline !important; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjczQlnlPxg60TmmpCOHaeX0LZPtyyO6UQQMH54Pw_7D5sJGjgEQZskblUXbCTQ_q_SZDIN6aCZPoficqc-p7TjW3EAs7P08t6j2EnohJccm1rpEo39YLfv16PA3IPeLfWCXC2KVXrXhaEV/s200/DSC02298.JPG" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Depois do merecido descanso, partimos para a segunda parte
da aventura, descer a trilha de bicicleta. Adrenalina demais para meu pobre coração
de ex sedentário ocioso. Trepidações, suores e tombos incríveis pelo caminho de
terra e pedras. E ainda dizem que itens de segurança são desnecessários para
andar de bicicleta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white;">Foram vinte cinco quilômetros de aventura entre pedais e
caminhadas, subidas íngremes e descidas perigosas, pouco asfalto e muita terra,
e o desconforto muscular do dia seguinte é a lembrança da vitória conquistada.
Eu venci, saindo do sofá para não ver a vida passar apenas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alberto da Cruz</div>Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-75436359102780371492012-07-21T23:16:00.002-03:002012-07-21T23:17:28.694-03:00Máquina do tempo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWY6ve8H0te1AJaKqYeFteeg4ntFzCcEazyMUWtyB-zMTFB1sZSS1xeMOiJxRfXETW4g3DPgLFmNzI2dhMreTGQ5RDPJbBiC7K0f5xWFfn87hYMjpfEyWCvqzpgj6IrIdbc99VqobNBufG/s1600/602980_392389157462817_765681685_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="197" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWY6ve8H0te1AJaKqYeFteeg4ntFzCcEazyMUWtyB-zMTFB1sZSS1xeMOiJxRfXETW4g3DPgLFmNzI2dhMreTGQ5RDPJbBiC7K0f5xWFfn87hYMjpfEyWCvqzpgj6IrIdbc99VqobNBufG/s200/602980_392389157462817_765681685_n.jpg" width="200" /></a><span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px; text-align: left;">Quem disse que não inventaram a máquina do tempo? Temos a lembrança, nossa caixa de guardados.</span>
<br />
<br />
Alberto da CruzAlberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-6000995059182097912012-07-21T12:12:00.003-03:002012-07-21T12:14:23.089-03:00Novamente os sonhos<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvIDxSSbFbNPoILz9n-h1Usw7HX5ULnPhCOugZC_hAtMp_8uiT6mGeRmpV7qOKj33XGARFpPIwkEIEDBXDum2fPw41klPRnYAUPeQkNIrpLdlcuBmdEv1y2hknVaVbnnkJJCn4pK3pfc7B/s1600/1211225749.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvIDxSSbFbNPoILz9n-h1Usw7HX5ULnPhCOugZC_hAtMp_8uiT6mGeRmpV7qOKj33XGARFpPIwkEIEDBXDum2fPw41klPRnYAUPeQkNIrpLdlcuBmdEv1y2hknVaVbnnkJJCn4pK3pfc7B/s320/1211225749.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
Meu doce platonismo me acorda às
4 da manhã, e ainda assim com um sorriso no rosto, mesmo diante de um estranho
pesadelo, repleto de fatos surreais como um quadro de Dali. Mas o que importa?
As cenas perturbadoras, os fatos extraordinários muito além da imaginação ou os
lábios dela? Ainda estou com o sorriso no rosto.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br />
Meus sonhos, às vezes, são tão
vivos que me levanto com a sensação de que realmente aconteceram. Visões de uma
realidade paralela ou a força do desejo pregando peças em minha mente? Consigo ainda
sentir o calor da pele macia que a pouco envolvia meu corpo como se me quisesse
de verdade.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
Na realidade nos desejávamos,
mas nunca chegamos às vias da amorosidade. Uma sucessão de destemperos e má
sorte fizeram com o que o beijo certo fosse perdido e a hora imprópria para
este mesmo beijo lamentada. O beijo nunca aconteceu. Mas no meu sonho ele
sempre acontece; e posso experimentar o que poderia ter sido e não foi. Ainda
sinto o gosto dela na minha boca.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
Fazíamos algo errado no meu
sonho. Era um beijo de Capitu... mas intenso, saboroso, com o gosto do pecado.
Um beijo de emoção, rompendo leis. Sabíamos que era errado, mas nossas vontades
gritavam por elas, não ouviam a consciência. Nós nos queríamos; só isso nos
importava. Olhos, corpos, peles, lábios. Entregávamos a sanidade ao amor, ao
sexo, ao embate entre a razão e o pecado. E era bom.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
Ao saltar da cama completamente
frustrado, pensei em estar ao lado dela. Quis estar ao lado dela, precisava
estar ao lado dela. Agora que as impressões do meu delírio vão aos poucos me
deixando, desaparecendo como a névoa se esvai e o coração desacelera, já não me
restam ilusões e não me sobra muito dela. Fico então com a realidade, a cama
vazia, o corpo frio e o lábio ressecado. Ela é só uma fantasia onírica que às vezes
vem mexer com o meu mundo ordinário. <o:p></o:p></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alberto da Cruz</div>Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-20694372188607905502012-06-08T09:12:00.003-03:002012-06-08T09:17:53.400-03:00O respeito é de poucos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFg5woITq-ix_G8G3kUZF1LmXwtqhC5lzLF42M3dCNRIshpU8jLrAdcnvFtWNVZBXq1BgVuHk_FHRsKK6m0o0xwSKmXUrF_CDJaZrsRAQYVRg50MERV1wUURUmIY3NxWaCjZnmCZ7769-H/s1600/riosantos.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="164" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFg5woITq-ix_G8G3kUZF1LmXwtqhC5lzLF42M3dCNRIshpU8jLrAdcnvFtWNVZBXq1BgVuHk_FHRsKK6m0o0xwSKmXUrF_CDJaZrsRAQYVRg50MERV1wUURUmIY3NxWaCjZnmCZ7769-H/s320/riosantos.JPG" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
A passarela existe, não é apenas um item decorativo sobre nossas rodovias. Sempre que atravesso a Rodovia Rio-Santos, perto da Escola Cleusa Jordão, desço da minha bicicleta e a empurro pela enorme passarela. Sabe-se que o ciclista deve desmontar e caminhar por calçadas, faixas e passarelas como um pedestre comum, mas não é isso que vemos no nosso dia-a-dia. Sinto um misto de graça e raiva quando me perguntam o porquê de ter a mania de empurrar a bicicleta em vez de rapidamente passar por esses lugares pedalando. A resposta, em geral, vem seca: “eu tenho educação”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Uma passarela serve para que os acidentes sejam evitados, dando às pessoas segurança para atravessar uma via. Mas parece que a segurança não é importante para pessoas que se aventuram ao cruzar a Rio-Santos. Em frente à Cleusa Jordão, num dos bairros mais populosos de Angra dos Reis, passa a rodovia. Primeiro, construíram a passarela ignorada por muitos. Em seguida, instalaram quebra-molas para diminuir a velocidade dos veículos automotores. Agora colocaram muros a fim de impedir a travessia de pedestres e retorno de automotores. De que adiantam essas medidas, se as pessoas insistem em esperar um pouco e correr como loucos para alcançarem o lado oposto? E a cena se repete todos os dias para o nosso espanto. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
É preferível parecer trouxa a passar por esperto, praticando ações erradas; é preferível ser cuidadoso a machucar um passante; é preferível manter a integridade física a cair no chão. O mal da nossa sociedade é querer sempre se sentir superior a tudo e a todos. Temos um desejo absurdo de querer levar vantagem em tudo, não respeitando o direito dos outros. Nada, além das nossas vantagens, é levado em conta.<br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
Geralmente ouço de companheiros de pedal que ninguém respeita o ciclista, e não é mentira. Mas o “ciclista” respeita alguém? A falta de civilidade em nosso trânsito é gritante, uma horda desenfreada em guerra contra o mundo por um espaço de asfalto. O trânsito brasileiro é uma guerra, carros contra bicicletas, bicicletas contra pedestres, pedestres contra carros e a educação contra todos. A solução seria construir calçadas, faixas, ciclovias e passarelas... mas esperem, elas já existem! Infelizmente, em cidades pequenas, como Angra, elas são mais decorativas do que funcionais. As placas estão lá: “pedestre, atravesse na faixa”, “use a passarela”, “ciclista, só utilize a calçada desmontado”, mas a maioria se finge de cego ou não se importa com as consequências. Depois, culpar alguém por nossos erros é fácil, assumir nossa responsabilidade, jamais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Alberto da Cruz</div>Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-88148976819540543652012-06-02T08:49:00.000-03:002012-06-08T09:19:06.049-03:00Conviver e melhorar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq8XDKBnz94U_6F_OE5Igm1a_-Mb59fJOyf289dUaQMMXxNfHWhlt4-T8YP7RZUevVkR6Ytd0_Q1OR03L3ZFQSQRBO9ITf2t2WdyEtbK80e_3MlaY18AmMgAeBkAcNkKyvZfZ_2VFr0MQ-/s1600/562601_4038450563270_832136652_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq8XDKBnz94U_6F_OE5Igm1a_-Mb59fJOyf289dUaQMMXxNfHWhlt4-T8YP7RZUevVkR6Ytd0_Q1OR03L3ZFQSQRBO9ITf2t2WdyEtbK80e_3MlaY18AmMgAeBkAcNkKyvZfZ_2VFr0MQ-/s200/562601_4038450563270_832136652_n.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Ontem de manhã, vi um atropelamento. Assim, de repente, a normalidade se transfigurou em confusão. Cena mais do que comum: um carro, uma bicicleta, uma colisão, ossos quebrados, automóvel danificado, curiosos, comentaristas, várias testemunhas dúbias, poucos testemunhos verdadeiros, por fim a ambulância e polícia. Prato cheio para destilar meu veneno pelas instituições, pela sociedade, pelos escrúpulos, pelo trânsito, pelos danos, pelo homem, pela vítima, pelo agressor, mas vou me ater a poucos, prometo (de dedos cruzados).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Não faz muito tempo que Thor Batista, filho do empresário Eike Batista e da modelo Luma de Oliveira, envolveu-se em um brutal acidente de carro, matando um homem simples que atravessava a via de bicicleta. As imagens divulgadas do acidente mostraram a violência do ato e o poder de destruição. A história é mais do que conhecida, portanto não preciso detalhar aqui os pormenores do acidente. O fato é que, como o jovem Thor é filho de um dos homens mais ricos do mundo, a crítica popular logo o transformou em vilão antes mesmo de se apurar o fato. Não estou aqui defendendo o dublê de semi-deus nórdico, mas para atentar a um fato bem corriqueiro, nem sempre o motorista é culpado pelo atropelamento, principalmente os envolvendo “ciclistas”; assim mesmo, entre aspas, pois andar de bicicleta não faz do homem um ciclista. Este é o ponto em que quero chegar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
É comum vermos em nossas estradas e ruas centenas de pessoas andando de bicicleta, dividindo o pequeno e mal estruturado trânsito com carros, motos e... pedestres que pensam que a rua é extensão da calçada. A bicicleta é um meio de transporte, portanto deveria haver ao menos um pequeno curso para que fossem utilizadas Infelizmente estamos longe de isso acontecer. Qualquer um que compre uma bicicleta se acha no direito de seguir o fluxo sem ter a mínima noção das leis que regulamentam e regem o trânsito. Com isso vemos absurdos como o tráfego na contra-mão e a desculpa impensada de que assim podem ver os carros que vão em sua direção, uma ilusão; já que para o motorista de um veículo automotor, tal ato o põe em uma situação de extremo risco.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Quantos “ciclistas” simplesmente aparecem na via, surgindo misteriosamente de uma rua paralela, vindo carro ou não? Quantas vezes já não vimos freadas bruscas por que um “ciclistas” misteriosamente apareceu na frente de um carro? Quantas vezes já vimos um ciclista mudar de direção sem sinalizar o movimento, pondo em risco a sua vida e o patrimônio alheio? Quantas vezes já nos deparamos com uma bicicleta vindo em nossa direção e precisamos agir rapidamente para não lançá-la ao ar? Inúmeras é a resposta, pois são fatos corriqueiros de quem enfrenta o trânsito diariamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
O automóvel é uma arma em mãos imprudentes, mas a imprudência também está no lado mais fraco da ação, tendo tanta ou mais culpa nos acidentes, já que são dispensados das obrigações legais...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Ontem um rapaz guiava sua bicicleta pela contramão e trazia uma menina na garupa, numa das vias mais complicadas de se andar no centro da Japuíba. Não bastasse sua imprudência, ainda punha em risco a vida de outrem. O resultado é mais do que sabido. Num cruzamento, chocou-se com um carro. A menina pulou a tempo, mas o rapaz foi lançado ao chão. Em segundos, vários populares se aglomeraram para assistir ao ocorrido e condenar o seu acusado. Julgamento covarde, pois todos viram que o motorista tinha razão, mas pelo simples fato de ter atropelado o “ciclista”, não o dispensaram da culpa por não ter visto o imprudente. Mais uma vez a torpe idéia de que andar na contramão é mais seguro. Já está mais do que provado que o deslocamento deve ser feito seguindo o fluxo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Para piorar a série bizarra dos fatos, enquanto se esperava o socorro, a aglomeração de curiosos aumentava, o trânsito na via principal seguia, mais bicicletas circulavam por onde não deveriam. Por pouco, muito pouco mesmo, mais um “ciclista” escapou de se envolver num acidente, entrando na frente de um caminhão que passava lentamente pelo local. E a culpa ainda é do motorista?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Quantos casos semelhantes acontecem diariamente sem que apareçam na televisão e ganhem as capas dos jornais por se tratarem de pessoas comuns. Fosse guiado por uma caríssima Mercedes, fosse um estúpido fidalgo, fosse um milionário qualquer, o fato teria as proporções colossais que vimos há poucos dias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Faz alguns meses, testava meu carro que acabara de sair da oficina. Numa volta rápida, mas em velocidade reduzida, envolvi-me num acidente com um “ciclista”. O rapaz se colocou ao meu lado em sua bicicleta e, sem sinalizar, fez uma conversão inesperada. Caiu, machucou a perna e arranhou meu carro. Imediatamente parei para socorrê-lo. Ele, impensadamente, veio tomar satisfações, reclamando que empenei a sua velha bicicleta. Depois de uma rápida explicação sobre normas de trânsito e mostrar-lhe o prejuízo que me deu, percebeu que estava errado. Antes que eu pudesse completar a ligação para as autoridades competentes, ele já havia montado em sua bicicleta e desaparecido entre os curiosos. Fiquei com o prejuízo, mas agradecido por não ter machucado o imprudente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há também o outro lado da medalha. Motoristas que não respeitam os ciclistas, estes sim, sem aspas. Pessoas que respeitam as leis de trânsito e sabem o que é certo ou errado. Segundo o código, o ciclista deve se deslocar na pista de rolamento, na mão de direção, próximo ao bordo, deixando a via livre. É comum, por gentileza, o motorista dar toques curtos na buzina a fim de alertar sua presença; contudo, talvez por raiva, talvez por prepotência, alguns fazem questão de aproximar demais o veículo, fechando a passagem e jogando o ciclista para fora da pista. Qual a intenção verdadeira? Por que não podemos conviver trânsito sem essas preocupações? Por que falta a todos a educação? Precisamos, urgentemente, aprender a conviver com os outros para melhorarmos.<br />
<br />
<br />
<br /></div>
Alberto da Cruz<br />
motorista e ciclistaAlberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-10782093761539188572012-04-23T01:39:00.001-03:002012-04-23T01:39:19.117-03:00Dos sonhos que me invadem a lucidez<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ0Jz5UyJ6ZmDpZTaSeBNpyMzND9S-nUUb54NVU2Zk7n3UFoeIhAJMXWIwpI5blVVdp7zF5Ash5ncp2l4VIsC2JlPvvqUirlHDI2v9ZK1WnQUbDRHqVf4esHXK5aGv0eGba53IaUVyFpyr/s1600/sonho.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ0Jz5UyJ6ZmDpZTaSeBNpyMzND9S-nUUb54NVU2Zk7n3UFoeIhAJMXWIwpI5blVVdp7zF5Ash5ncp2l4VIsC2JlPvvqUirlHDI2v9ZK1WnQUbDRHqVf4esHXK5aGv0eGba53IaUVyFpyr/s1600/sonho.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Havia pouco, não sonhava e, se sonhava, meus sonhos eram tolices que não me incomodavam, apenas imagens de desejos, acontecimentos, nada me provocasse emoção ou reflexões sobre qualquer assunto. Se sonhava, as variadas cenas disformes, aos poucos, eram apagadas sem provocar o menor impacto em mim. Hoje, porém, as coisas mudaram. Os sonhos me confundem, atordoam-me sem que eu consiga entender o real motivo da sucessão de acontecimentos que me perturbam o sono.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho medo de dormir. A palavra certa é esta mesmo: medo. Acordo suando, um suor frio, gelando-me o corpo, escorrendo pela tez e molhando a gola da camisa. Sobe-me um odor nauseante, um cheiro forte que me faz cambalear, palpitar, franzir o cenho e lamentar. E já me lamentei duas vezes hoje.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Por duas vezes fantasmas me vieram visitar, sem que os convidasse a invadir meu delírio. Odeio os sonhos perturbadores, os sonhos que me fazem pular da cama como se houvesse algo a me repelir do conforto dos lençóis, da proteção infantil das cobertas sobre o rosto, do travesseiro macio que sustenta o peso dos meus problemas: a consciência.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
É tarde, faz frio e estou só; isolado do convívio, recluso na madrugada como um prisioneiro encarcerado em grilhões inquebráveis. Estou só, pois o meu filme surreal impeliu-me para fora do aconchego, do calor de outro corpo, lançando-me na dúvida do existir. <br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Algo ficou para trás. Tenho certeza de que inconscientemente tento resgatar esta falha em minhas memórias, desesperadamente construindo as imagens que me desconcertam a harmonia da sobriedade. Freud poderia me explicar isso?<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Às vezes tudo o que eu queria era deitar e apenas dormir, recostar a cabeça e dar alívio ao corpo cansado dos massacres diários do mundo real. Só queria descansar, mas não consigo, pois minha mente enche meu mundo de fantasia, angústia e desespero. Antes fosse um pesadelo, uma viagem por cavernas escuras, cheias de medo... mas o que vem como um mortal disparo é pior do que qualquer imagem de horror fictício, repleto de monstros cruéis e criaturas lendárias; a minha mente traz pessoas normais em situações banais. E me incomoda o fato de não terem relação entre si, mas na história que se passa em minha cabeça, não só os distantes desconhecidos se interrelacionam como se fossem íntimos, mas também regem o rumo da mina vida. <br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Mas quem são esses fantasmas que agora me perseguem? Que sentido têm as suas aparições inesperadas em meu momento de inércia? Pululam dúvidas onde havia certezas. E agora, o que era certo tornou-se incerto, o que era calmo converteu-se em agito, uma tormenta sem sentido.<br /><br /> <br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alberto da Cruz</div>Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-22270324625420305012012-04-04T06:46:00.001-03:002012-04-04T06:49:05.860-03:00Artista sem público, o palhaço tristeNão pedi ao mundo seriedade, tampouco ser o casmurro da trupe dos artistas sem público. Mas o sou.<br /><br />Alberto da CruzAlberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-39824301310530378872012-03-06T23:01:00.002-03:002012-03-06T23:06:13.327-03:00Carnaval<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigNo8Gn02A92pR8kv7V9mCrDmF22K8Pha8XIC-WhdanhK6csm-MSeNKtj_pD0skSHtzjGMJmseEemjusBHxts-rPTed4FEhd7Si5NXA8ETalkUQUBl4IYzOWWu1KQGUQX-VRW9UDkpCbet/s1600/109789859.VlYnElJ0.53DSC_1249PBasePierrot.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 133px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigNo8Gn02A92pR8kv7V9mCrDmF22K8Pha8XIC-WhdanhK6csm-MSeNKtj_pD0skSHtzjGMJmseEemjusBHxts-rPTed4FEhd7Si5NXA8ETalkUQUBl4IYzOWWu1KQGUQX-VRW9UDkpCbet/s200/109789859.VlYnElJ0.53DSC_1249PBasePierrot.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5716970645601486402" border="0" /></a><br />A avenida está vazia, o bloco já passou, o que restou depois da folia foram as lágrimas do pierrot.<br /><br />Alberto da CruzAlberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4221288808218323256.post-12317227168356361992012-02-08T07:40:00.002-02:002012-02-08T07:47:46.413-02:00Não gosto de apagar as minhas velas<div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn_t6W9d5iOUjeZA4_ZimW0bGSgJ-7MCmVBy_VUHirmG6uUn8TLEZDQwBb7zsO2XLRfjozlmPHp2Wx_4aoo8ekTMt42qbKyLcRYAtPyhmFoug30H4y5W2uqr_kJGFHBiWd2B7iRQc0EBnF/s1600/anivers%25C3%25A1rio_vila.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn_t6W9d5iOUjeZA4_ZimW0bGSgJ-7MCmVBy_VUHirmG6uUn8TLEZDQwBb7zsO2XLRfjozlmPHp2Wx_4aoo8ekTMt42qbKyLcRYAtPyhmFoug30H4y5W2uqr_kJGFHBiWd2B7iRQc0EBnF/s200/anivers%25C3%25A1rio_vila.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5706699200844918690" border="0" /></a>Meu aniversário está próximo, menos de dois dias para apagar as velas de um bolo imaginário. Como no ano passado, neste também não terá bolo. Acho que desde que me descobri diabético não teve mais bolo em meu aniversário. Também não faz falta, porque eu odeio bolos de festa, aquelas coisas cheias de glacê, confeitos e açúcar suficiente para matar um formigueiro de hiperglicemia. Foi-se o tempo das festas, portanto este ano também não terei uma festa. Há algum tempo fazíamos churrascos para comemorar o meu dia, mas de uns tempos para cá os churrascos regados à cerveja e misturas alcoólicas foram perdendo a graça até não mais existirem. Meu aniversário perdeu a graça faz anos. Afinal, o que há para comemorar? É só mais um dia num ano de dias intermináveis, a única diferença é que eu nasci numa manhã quente de verão de 1981, justamente neste dia.<br /><br />É fácil perceber que não gosto do meu aniversário. Não sei se é a desilusão com o mundo ou comigo mesmo, mas não gosto desta data. Não tenho o que comemorar; só mesmo lamentar as coisas que não fiz e as marcas expostas que o tempo deixa, minhas feridas purulentas que não cicatrizam nunca. Eu gostaria de saber explicar o motivo de tanta tristeza quando deveria ficar feliz, mas não o sei. Simplesmente sou acometido de um estar depressivo nos dias que antecedem a minha data natalícia e que perdura até a semana posterior. Sempre foi assim e deve continuar por muito tempo ainda.<br /><br />Quando vejo as pessoas felizes e eufóricas em seus aniversários, não entendo o porquê de tanta alegria. Não consigo compartilhar desse sentimento, realmente não os entendo. Que diferença faz para ser tão diferente a véspera para o grande dia? Não são todos iguais? Ambos não possuem 24 horas? Não começam na hora zero e terminam a meia-noite? Então por que tanto estardalhaço? Devo ser mesmo um homem amargo. Não gosto de Natal, por isso tanto me atormentam com aquelas mensagens idiotas que dizem da boca para fora. Não gosto ainda mais do meu aniversário, não por esquecerem de mim, mas por pessoas que realmente me são caras não lembrarem de minha existência sequer uma vez no ano e, neste maldito dia, vêm me dar parabéns por estar mais um ano me arrastando qual morto na tumba neste mundo miserável.<br />Não, eu não gosto do meu aniversário e dos dias que o antecedem também. Tenho medo de tudo, das coisas que imaginei e sei que não se concretizarão, dos meus sonhos que morrem cedo demais, de tudo aquilo que quis viver e que jamais viverei. Estou desiludido demais para festejar o que quer que seja. Nada me anima, só desencanta. Viver passou a ser um martírio cada vez maior, um imenso fardo que já não consigo carregar. O mundo está pesando demais sobre meus ombros. Mal posso me sustentar. Minhas pernas estão bambas. Sinto que vou cair a qualquer momento e não posso fazer nada para evitar que isso aconteça. Estou fadado a um fim trágico, sem alegria e sem sorrisos. Temo o que me espera no fim do corredor, na última porta a ser aberta. Que monstro cruel me espera lá dentro para assombrar meus sonhos, meus pesadelos cruéis?<br /><br />Reminiscências cruéis me assolam como fantasmas raivosos. Cometi muitos erros em minha vida e, talvez por isso, queira fugir deste universo recheado de hipocrisia o quanto antes. Sempre penso na morte em meu dia especial. Sempre penso em como será e quem sentirá a minha perda, se é que farei tanta falta para alguém ao ponto de minha ausência ser sentida. Se eu gostaria de ser diferente? Igual aos outros? Obviamente. Mas não o sou. Tenho a pena da melancolia manchando minhas páginas amargas, tenho uma tristeza depressiva inerente às minhas vontades, um não sei quê de soturnidade vazando pelos meus poros. Mas um dia tudo vai mudar, eu sei que vai. Só resta saber se ainda terei tempo de ver isso acontecer com o mínimo de sanidade possível.<br /><br />Amanhã é meu aniversário e já estou farto de fazer pedidos que nunca se realizam e soprar velas imaginárias ao meu desgosto.<br /><br /><br />Alberto da Cruz</div>Alberto da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09687976184110541969noreply@blogger.com0