12 de novembro de 2008

Mais uma idéia

Aos poucos parece que a inércia textual se finda. Mas somente aos poucos. Ainda estou longe de conseguir encher uma página com minhas delirantes idéias — muitas vezes tão cotidianas que cansam, mas é com paciência que chegamos ao nosso destino gozando de sanidade, ainda que mínima.

Sou mesmo um cara engraçado. Nem mesmo deixei o defunto descansar e já tenho a idéia para o mais novo motivo das minhas insônias: um triângulo amoroso. Talvez seja esse o início de mais uma intermitência pelas páginas virtuais, talvez não seja nada; e a idéia vá parar em mais uma gaveta, ou melhor, pasta do computador.

Ainda não pensei exatamente no enredo. Estou decidindo aos poucos como proceder com as três vidas fictícias que desolarei com minha visão do avesso humano. É certo que a desconstrução das personagens será feita, mas não faço a mínima idéia de como será. Mas tenho de me dar um desconto, a final tive o meu insight não faz um dia. Não me desespero, porém; pelo contrário, ergo a taça ao brinde, pois consegui formular o que julgo ser crucial na construção dessa mais nova história, a forma. Penso em oscilar a narrativa entre as três personagens do meu triângulo amoroso, dando a cada uma delas o direito narrativo. Acredito que será interessante dar voz a cada personagem na concepção de suas histórias. O problema recai novamente no tipo de narrador, porque não queria escrever em primeira pessoa novamente, pelo menos não por hora. Mas não vejo outra maneira de conduzir o fio narrativo de outro jeito, não consigo visualizar um distanciamento do foco narrativo. Na verdade, não o quero.

Vejamos o que a madrugada me trará enquanto rolo na cama sentindo o vazio no travesseiro ao lado.

Alberto da Cruz

Um comentário:

Marina Sereno disse...

Acho que o narrador personagem tem o dom de conduzir o leitor aonde quer, ele tem o poder de convencer qualquer um que leia o livro sem olhar crítico.
Acho que ter três personagens principais e três narrativas seria perfeito para a opinião alheia.
Idéia boa professor.
Beijos, Marina Sereno.