11 de novembro de 2008

Estou de volta

Dois meses sem criar. Dois meses sem escrever um verso, uma estrofe, uma frase, um parágrafo. Dois meses sem escrever nada, absolutamente nada, fora as imagens de Memórias em Ruína, cuja redação chegou ao fim há mais de um mês.

Acabado o trabalho inicial do novo romance, despeço-me da parte prazerosa de compor um texto. Agora a segunda etapa está prestes a começar e, confesso, não gosto muito dela. Escrever é um hábito incrivelmente gostoso, enebriante, mas revisar tudo o que foi escrito é cansativo e chato. Aparar as arestas, cortar o desnecessário, reduzir o número de páginas, refazer diálogos, incrementar cenas, retirar cenas — como é difícil! — mas tem de ser feito.

Se pudesse, começaria agora a revisão textual, entretanto tenho que dar conta de outras obrigações. Chega o final do ano letivo e aumentam as folhas sobre minha mesa. É tempo de elaborar, aplicar, corrigir um sem-número de provas e redações dos meus queridos, às vezes nem tão queridos assim, alunos. O último bimestre passa voando, nem tive tempo para respirar e já estamos às voltas com mais uma temporada de horrores — num sentindo mais brando.

Porém não estou de mãos atadas unicamente pelas obrigações. Minha mente está um pouco dispersa. Falta-me concentração. Tive a comprovação depois do longo período que levei para ler as últimas páginas de “Nas tuas mãos”, de Inês Pedrosa. Agora estou com “Cal”, de José Luís Peixoto, às mãos, esperando a hora certa para ler. Penso em deixar as minhas tão esperadas férias chegarem para me dar à leitura de tão aguardada obra, mas também tenho avidez para ler “As Memórias do Livro”, de Geraldine Brooks. Sem querer levantar comparações, tenciono entregar-me a este, uma vez que a leitura de Best Sellers é muito fácil e desgastante do que a profundidade de José Luís, um dos melhores escritores contemporâneos. Enquanto não me decido, sigo a ler crônicas de Nelson Rodrigues aleatoriamente, apenas para não perder o hábito literário.


Este texto chegou ao fim. Já é um bom começo, embora muito aquém dos meus escritos habituais.


Um grande abraço aos amigos.

Estou de volta!


Angra dos Reis, 11 de novembro, 2008

Alberto da Cruz

2 comentários:

Anônimo disse...

Me empolguei com seu texto.Imaginei as cenas aquele cara de filme com inúmeros trabalhos,estudioso com muitos papéis sobre sua mesa.

Muito bom seu blog,voltarei sempre para ler mais.

Beijos.

ps:Boa sorte nos seus trabalhos rsrs.

Thais Michele Rosan disse...

Não sou professora, mas, ultimamente tenho ajudado a minha, pois ela está com o braço engessado e eu quem esta
ajudando ela a corrigir redações e provas...
Sempre aprendo algo com isso..

Mas é muito trabalhoso final de bimestre, uma correria!

Adorei o texto.
Espero ler seu livro hehe

beijos
até mais