Contos de
fadas não existem. Não adianta esperar pelos mágicos acontecimentos que pululam
em nossos sonhos, pois eles não existem. Vivemos sonhando com o príncipe
encantado ou com a bela e perfeita princesa, mas eles não existem. A magia do
amor verdadeiro, capaz de salvar da morte certa, também não existe. Iludimo-nos
com as histórias da infância e carregamos por nossa vida a esperança de que os
sonhos insólitos se realizem, com a ajuda fantástica da Magia, mas ela não
existe. E insistimos em crer no fantástico, buscando a borboleta perfeita.
Esperar pela
magia simplesmente acontecer ou apenas viver o amor nosso de todo dia? O
príncipe encantado não virá montado em seu belo cavalo branco para prometer um
final feliz no fim da sua vida. Não existem finais felizes, nenhum final é
feliz. O conto, em geral, termina com o casamento e a promessa de eterna
alegria, como sabemos. Mas e o
casamento? Seria a união de um casal a felicidade tanto exaltada nas histórias
fantasiosas? Às vezes a felicidade está no divórcio! Um casamento é muito mais
do que a utopia pregada nas narrativas. É claro que uma pitada de fantasia faz
bem, mas fazer dela a razão é um engano fatal. Sempre nos decepcionamos.
Procurar o
outro no espelho é um erro. Ninguém é igual a ninguém. Não adianta buscar uma
pessoa idêntica, são as diferenças que fazem um relacionamento ser divertido,
pois a monotonia é uma premissa para o fim. Saldamos com fervor os opostos, já
que eles se atraem. É preciso amar as diferenças, respeitar as imperfeições e,
quem sabe, admirá-las. Lembremos que não somos perfeitos, não somos formados
por virtudes, mas uma mescla de qualidades e defeitos. O verdadeiro amor reside
no respeito mútuo, na individualidade, na realidade de cada um.
Deixemos,
pois, os contos de fada nos livros. Eles servem para entreter, para pintar de
novas cores a vida, mas não podemos transformá-los em nossa vida. Vamos assumir
que somos imperfeitos e felizes com nossas virtudes e com nossos defeitos. Essa
é verdadeira magia.
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