6 de agosto de 2012

Críticas amarguradas


Hoje é o dia de ouvir besteiras nos noticiários esportivos sobre a Olimpíada de Londres por pessoas que se julgam mais inteligentes do que realmente são.  José Trajano é um deles.

Falar sobre algo que se domina, tudo bem, destile seu veneno em críticas contundentes; mas querer discursar sobre tudo, e ainda querer passar a imagem de profundo conhecedor de todas as modalidades já é demais.

Trajano me tirou do sério, antes já havia criticado a maratonista brasileira que cruzou a linha em quadragésimo sétimo lugar, ao dizer que os movimentos obrigatórios do nado sincronizado são desnecessários, que as duplas parecem robôs executando movimentos programados. Sim, caríssimo comentarista, são semelhantes porque são movimentos obrigatórios do esporte. As inovações tanto aclamadas ficam para os movimentos livres, em que cada dupla usa de seu repertório próprio. Ainda na piscina, nosso amargo jornalista teve a audácia de criticar ofensivamente as músicas utilizadas nas apresentações, além dos maiôs, prendedores nasais, cabelos... Ao terminar sua fala mesquinha sobre o nado, propôs quase o fim da modalidade, deixando implícito que a modalidade não é um esporte.

Em seguida, o torcedor do América me tirou do sofá espumando de raiva ao criticar jocosamente o ciclismo. Por que o ciclismo tem tantas medalhas disputadas; questionou. Simples, amargurado comentarista, porque são diversas modalidades. O ciclismo de pista é diferente do de estrada, que difere do montain bike, que por sua vez é diferente do BMX, que não é igual ao contra-relógio. Assim, temos diversas premiações para modalidades distintas. A comparação estúpida com o futebol, propondo medalhas para disputa de embaixadinhas, prova sua total ignorância disfarçada em pedantismo.

Por que as corridas de atletismo têm tantas medalhas? Se o atleta corre os 100m não é preciso disputar os 200m? E os 400m? Barreiras, maratona? Para quê?! Realmente, há um desperdício de medalhas também na natação, já que temos os 50m, 100m, livre, borboleta, peito...

Quando não se tem o que dizer, é melhor ficar calado para não correr o risco de irritar o público com suas falácias impensadas. A crítica deve existir, mas sempre com fins construtivos, não depreciativos. Se não gosta do que comenta, simplesmente não comente. Se não concorda, argumente.

Esse triste episódio do nosso jornalismo reforça a ideia de que o crítico é aquele que não tem capacidade de fazer alguma coisa, portanto se limita a tecer seus comentários, muitas vezes infelizes, por puro orgulho ferido e inveja.  

Alberto da Cruz

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo plenamente com você a mídia esta cheia desses 'entendedores' que querem ditar regras para o esporte, não só o José Trajano, mas também outros como o Datena que se que vive querendo mudar o código penal brasileiro ao seu gosto. O que mais me impressiona e que tem gente que ouve, concorda, e espalha. Muito triste.