2 de fevereiro de 2015

Romaria Ciclística - Segundo dia – Silveiras x Aparecida

Grupo do Pedal
                O segundo dia de romaria começou às cinco da manhã, depois de uma ótima, e rápida, noite de sono. Sairíamos às seis horas de Silveiras, percorrendo 60 km até Aparecida. Dessa vez teríamos a companhia das meninas, já que o percurso do dia era mais suave e mais plano do que o pesadelo do dia anterior.
                Havia chovido muito na noite em que chegamos, deixando-nos preocupados quanto ao pedal até Aparecida, mas, por sorte, pela manhã apenas uma chuva fina caía, sem oferecer nenhum tipo de transtorno. Claro que algumas manifestações femininas se principiaram, mas não foram adiante.

      Saímos de Silveiras às seis da manhã, sob a chuva, sonolentos, mas com muito bom humor e animação. A temperatura estável tornou a primeira parte do pedal muito mais agradável. O tempo se pintava chuvoso e, não sendo um temporal, estava ótimo daquele jeito. Seguimos cerca de 20 km até Cachoeira Paulista, a cidade da Canção Nova, para tomarmos o desjejum de verdade. Chegamos à Pousada Imperial, onde tomaríamos o nosso café, como acontecia todos os anos na Romaria Ciclística. Porém, devido a forte chuva e alguma falha na comunicação, o proprietário não mais esperava por nós, que, famintos, aguardávamos para entrar.  Depois de uma rápida conversa entre o proprietário e Ricardo, o organizador do evento, o problema foi resolvido. Guardamos as bicicletas e fomos nos alimentar.
                Nesses momentos de tranquilidade, aproveitamos para conversar e estreitar ainda mais os laços com prazerosas conversas. Do nosso lado, o assunto ainda era sobre as bicicletas que bateram na entrada do túnel, porém agora com mais descontração. Depois de uma hora em Cachoeira Paulista, seguimos viagem; não antes de o Vítor Pereira furar o pneu de sua bicicleta novamente.
                O percurso entre Cachoeira e Aparecida foi o mais complicado da cicloviagem por entrarmos em vias urbanas diversas vezes. Disputar o espaço com os carros sempre gera um pouco de estresse e nós, cerca de trinta ciclistas, chamávamos bastante a atenção e, obviamente, incomodávamos alguns motoristas. Apesar de tudo, não tivemos nenhum problema durante a ida e pudemos chegar a Aparecida no horário estipulado. A emoção foi muito grande, mesmo eu não sendo religioso. Avistar a basílica foi um prêmio, uma vitória pessoal sobre todos os problemas e poder compartilhar desse momento com pessoas tão queridas foi sensacional.
                Ao chegar, nos dirigimos a um hotel (não me lembro do nome) para tomarmos banho e almoçarmos. Banho quente para as mulheres, chuveiro frio para os homens, numa casinha ao lado. Nada que estragasse o bom humor e o sentimento vitorioso. Almoçamos e fomos finalmente para a basílica.
                Particularmente achei a cidade de Aparecida feia, suja e bagunçada. Um contraste com a beleza do templo católico. Encantei-me com a grandiosidade da edificação, com a beleza arquitetônica, com as estátuas. O entorno merecia melhor dedicação, menos comércio, mais caridade; menos dinheiro, mais amor.

                A volta para Silveiras foi tranquila. Esperávamos a chuva forte, mas o que tivemos foi sol; não terrível e desgastante como o do primeiro dia, para nossa sorte. Durante uma boa parte do caminho permanecemos juntos, conversando, contando histórias, lembrando-se de antigas romarias e sendo felizes a nossa maneira: sobre a bicicleta.
Em certa altura, depois de Cachoeira Paulista, o grupo se dispersou. Alguns correram, disputando uma saudável corrida; outros acabaram ficando para trás. Carol, Eliete, Denise, Vinny, eu e mais alguns “cicloromeiros” ficamos no grupo intermediário até que Denise se cansou e diminuiu o ritmo em uma subida, distanciando-se de nós, já que Carol puxava a fila morro acima, querendo chegar logo a Silveiras.
Um pouco depois de nossa chegada, Vinny e Denise também chegaram. Ela havia caído. Mais um tombo na conta de nossa amiga. Denise desequilibrou-se exausta numa subida, caindo sobre o marido. Felizmente nada grave, mas desregulou a marcha e empenou a roda dianteira da Scale do Vinny, o que o deixou preocupado quanto ao dia seguinte, uma vez que da outra vez que havia participado da romaria, quebrou o quadro de carbono de sua V-works. A possibilidade de não completar a romaria nos deixou preocupados.

À noite, voltamos ao restaurante para o jantar e realizarmos nossa confraternização. A harmonia entre nós era imensa. O clima fraterno, as brincadeiras, a amizade, tudo era admirável. Eu, que debutava no grupo, só podia agradecer por estar ali presente ao lado de pessoas tão queridas e acolhedoras. Terminamos o dia com um sorriso verdadeiro no rosto e, apesar do cansaço, leves e serenos.
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